Iraque apresenta queixa contra Irã no Conselho de Segurança da ONU após ataque
Tensão no Oriente Médio aumenta ainda mais em meio à guerra em Gaza
O Iraque apresentou uma queixa contra o Irã no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a “agressão iraniana”, disse o Ministério das Relações Exteriores iraquiano em comunicado nesta terça-feira (16).
A carta também foi endereçada ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e diz que “a agressão com mísseis iranianos que atingiu a cidade de Erbil, levou a vítimas civis inocentes, ferimentos a outros e danos à propriedade pública e privada”.
A Guarda Revolucionária do Irã lançou na segunda-feira (15) mísseis balísticos contra o que disse ser uma base de espionagem da agência de inteligência de Israel, a Mossad, no norte do Iraque, e contra “grupos terroristas anti-Irã” na Síria.
Os ataques foram condenados pelos Estados Unidos, que disse que a ação foi “imprudente” e imprecisa.
Ao menos quatro civis foram mortos e outros seis ficaram feridos, segundo o governo local.
O ataque parece ter aprofundado as preocupações com o agravamento da instabilidade no Oriente Médio desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, com os aliados do Irã também atuando no conflito no Líbano, na Síria, no Iraque e no Iêmen.
Ministro iraquiano nega que Israel opere na região atacada
O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Fuad Hussein, disse nesta terça-feira que nenhum centro afiliado a Israel está operando em Erbil, na região do Curdistão do Iraque.
Hussein afirmou a Becky Anderson, da CNN, que o Irã atacou “áreas civis” em Erbil, incluindo uma casa, e que todos os mortos e feridos no ataque eram curdos iraquianos.
Hussein, que também é vice-primeiro-ministro do Iraque para as relações internacionais, condenou os ataques e pontuou que considera “uma agressão e violação do direito internacional.”
“Essa agressão é uma violação flagrante da soberania do Iraque, da integridade territorial e da segurança do povo iraquiano”, dizia o comunicado.
“Os iranianos não querem ou não podem atacar Israel. Eles procuram vítimas ao seu redor, e então atacam Erbil”, adicionou.
Ele destacou que os iraquianos “estão pagando o preço” pela tensão do Irã com Israel, bem como com os Estados Unidos.