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    Brasil ainda não tem planos de ingressar na Opep, diz ministro em Abu Dhabi

    Se ingressasse na Opep, o Brasil se tornaria o terceiro maior produtor do grupo, fundado em 1960, e o novo membro mais significativo em anos

    Funcionário segura amostra de petróleo.11/03/2019
    Funcionário segura amostra de petróleo.11/03/2019 REUTERS/Vasily Fedosenko

    Reuters

    O Brasil não tem planos de ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) por enquanto, embora esteja trabalhando com o grupo, disse o ministro da Minas e Energia, Bento Albuquerque, na quarta-feira.

    O presidente Jair Bolsonaro disse em 2019 que queria que seu país ingressasse na Opep, uma medida que provavelmente exigiria que o Brasil, um produtor em crescimento e o sétimo maior do mundo com base nos números de 2020, limite a produção de petróleo.

    “No momento não há planos de ingressar na Opep. Continuamos trabalhando com a Opep de forma cooperativa”, disse o ministro a repórteres em Abu Dhabi, durante uma conferência sobre energia, falando por meio de um tradutor.

    A Opep agrupa o maior exportador, Arábia Saudita, e outros 12 países, incluindo os Emirados Árabes Unidos. Desde 2017, a Opep mantém um acordo com produtores não membros, exceto o Brasil, em um agrupamento conhecido como Opep + para limitar a oferta e apoiar o mercado.

    “Continuamos mantendo reuniões com a Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos”, disse o ministro. “Entendemos que temos que ter um bom relacionamento com a OPEP e Opep +.”

    O Brasil foi o sétimo maior produtor mundial de petróleo em 2020, segundo dados da Administração de Informação de Energia do governo dos Estados Unidos, bombeando 3,79 milhões de barris por dia.

    Se ingressasse na Opep, se tornaria o terceiro maior produtor do grupo, fundado em 1960, e o novo membro mais significativo em anos.

    Os preços do petróleo saltaram em 2021 para uma alta em três anos, acima de US $ 86 o barril, à medida que a OPEP + reduz as restrições de oferta postas em prática no auge da pandemia e a demanda mundial se recupera.

    Questionado sobre se os preços estavam muito altos e se a culpa era da OPEP +, o ministro disse que o Brasil e a OPEP têm desafios semelhantes e que os preços do petróleo agregados estavam tendo um impacto econômico.

    “Consideramos que os preços do petróleo e do gás estão altos e têm impacto na economia brasileira. Entendemos também que isso é consequência da retomada da economia mundial”, disse.

    Em janeiro de 2020, o ministro da Energia disse que o Brasil iniciaria discussões sobre a adesão à Opep ainda naquele ano, mas uma fonte da OPEP, falando sob condição de anonimato, disse na quarta-feira que a questão tinha ficado “muito quieta”. (Reportagem de Alex Lawler; Escrita de Maher Chmaytelli; Edição de Jan Harvey e Barbara Lewis)