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    Cresce oferta de conteúdos sobre investimentos, gestão, finanças e tecnologia

    Fintechs e edtechs se unem com o objetivo de formar estudantes preparados para a realidade do mercado; universidades buscam alternativas com estrutura e novos conteúdos

    Rodrigo Maiada CNN

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    O debate sobre os conteúdos que são aplicados em escolas e universidades para estudantes de diversas faixas etárias está ganhando cada vez mais relevância. Enquanto as universidades buscam alternativas para ir além das grades curriculares fixas, as edtechs ganham espaço com a oferta de conteúdos voltados para o mercado de trabalho.

    Finanças, tendências, robótica, cibernética, investimentos e gestão são apenas algumas das apostas dessas empresas. Porém, as dúvidas que envolvem a qualidade da formação profissional no Brasil persistem.

    O grande problema do jovem, recém-saído da faculdade, é que ele só conhece o mundo teórico segmentado em disciplinas. Falta uma visão do todo e de fato entender como as empresas, o mercado e o mundo funcionam na prática. Quem tem esse conhecimento, consegue se inserir no mercado e crescer dentro de uma empresa muito mais rápido”, afirma Richard Vasconcelos, mestre em Tecnologias Educacionais pela University of Oxford e sócio-fundador da LEO Learning Brasil.

    Pensando em ocupar esse espaço, supostamente deixado por algumas instituições de ensino superior, a Zoe Universidad, fintech e edtech, vai chegar “fisicamente” ao Brasil no próximo ano.

    Nascida na Argentina, a empresa, que já estava ativa pela internet, quer disputar um espaço nos cursos presenciais com conteúdos de gestão, coaching, robótica e cibernética.

    “Vamos entrar no Brasil com o que falta no mercado mundial. Estamos formando pessoas para terem opinião. A nossa dinâmica é de que a liberdade é o seu conhecimento. Na pandemia, crescemos mais de 9.000%”, afirma Leandro Corazza Jr., presidente e head de operações.

    Segundo Richard Vasconcelos, esse crescimento das edtechs acontece por um motivo simples.

    “Elas oferecem um conhecimento mais aplicável, imediato e curto. Isso atrai muito mais o jovem que pode aprender com pessoas que trazem conteúdos e formatos mais inovadores. E isso traz pressão para as universidades reverem os seus currículos e aulas para saírem dos conteúdos dos anos 1990.”

    Do lado das universidades, Priscila Simões, diretora de Soluções Corporativas do Ibmec, instituição com foco na área de negócios, afirma.

    Nosso objetivo é formar profissionais que vão trabalhar nas áreas de gestão e finanças, então o conhecimento sobre o tema é muito mais aprofundado do que aquele necessário para as demais pessoas. Após a graduação ou um MBA, por exemplo, o profissional deve ser capaz de aplicar metodologias e técnicas para a gestão dos diversos contextos de negócios; dominando seus efeitos práticos para solução de problemas gerenciais.”

    Os eventuais espaços deixados pela formação universitária deixam um alerta para quem quer contratar profissionais de alta qualidade.

    Juliano Costa, professor e vice-presidente de produtos educacionais Pearson LATAM, entende que “pensar em conteúdos relacionados à transformação digital, em todos os departamentos e segmentos, é fundamental para o futuro do trabalho em qualquer área.”

    “Nesse contexto, as universidades continuam sendo as grandes responsáveis pela massa crítica de conhecimento, mas as Edtechs estão buscando preencher esse espaço de atualização de conhecimento, novas habilidades ou atualização de habilidades para as inovações do mercado de trabalho”, diz Costa.

    Por outro lado, Daniel Castanho, presidente do Conselho do Grupo Anima, que é dono de instituições como as universidades Anhembi Morumbi e São Judas, não se pode dizer que universidades estão ultrapassadas e as edtechs são empresas necessariamente mais inovadoras do ponto de vista educacional.

    Para ele, o que importa é a proposta de valor que é entregue ao aprendiz, pois apenas “vender conteúdo” não é mais bem-visto por ninguém.

    “Se a proposta for entregar conteúdo ao aluno, receber uma prova e emitir um certificado, há algo errado. Essa dinâmica é obsoleta. E também há edtechs que fazem isso. Agora, se a proposta está focada no estudante, para que ele aprenda novas competências e maximize as existentes, tanto individuais como coletivas, por meio de experiências, curadoria, mentoria de qualidade, infraestrutura e avaliação contínua, aí estamos falando de futuro na educação.” 

    Daniel Castanho ainda afirma que as universidades estão organizando parcerias com grandes empresas para fazer estudos de caso e projetos reais com o objetivo de preparar os estudantes para ingressar no mercado de trabalho com qualidade e conhecimento prático.

    No meio do debate sobre a formação superior, há um espaço para o que se chama de formação contínua, desde muito cedo. Por essa razão, conteúdos de finanças, gestão, tecnologia e inovação não estão restritos aos estudantes universitários.

    “A preparação para o mundo moderno precisa vir desde o ensino básico. Conteúdos voltados para a realidade do mundo, em especial do mercado de trabalho, devem fazer parte do cotidiano do aluno desde os primeiros anos da vida escolar”, afirma Rita Carolino, educadora, mestre em Tecnologia e coordenadora de Educação a Distância.