Jornalista americano é condenado a 11 anos de prisão em Mianmar
Danny Fenster foi considerado culpado de três acusações feitas pelos militares do país, que tomaram o poder em fevereiro
Um tribunal militar de Mianmar condenou o jornalista americano Danny Fenster a 11 anos de prisão, informou seu advogado nesta sexta-feira (12).
Fenster, de 37 anos, está detido em Mianmar há mais de cinco meses. Ele teve sua fiança negada e está detido na Prisão de Insein, na maior cidade do país, Yangon, desde 24 de maio.
Em uma audiência nesta sexta, seu advogado Than Zaw Aung disse que o jornalista foi considerado culpado de três acusações feitas pelos militares de Mianmar, que tomaram o controle do país em um golpe em 1º de fevereiro.
Essas acusações incluem violação de visto, associação ilegal com um grupo ilegal e incitação sob a seção 505a do Código Penal de Mianmar, que torna crime publicar ou circular comentários que “causem medo” ou espalhem “notícias falsas”. Fenster também foi multado.
Ele é um dos cerca de 100 jornalistas detidos desde o golpe. Cerca de 30 permanecem atrás das grades.
No início desta semana, Fenster recebeu duas novas acusações criminais sob as leis de sedição e terrorismo do país, que acarretam pena máxima de prisão perpétua, disse seu advogado.
Uma das novas ações se refere à Seção 124a do Código Penal de Mianmar, que determina sete a 20 anos de prisão por tentativa de trazer ódio, desprezo ou insatisfação contra o governo e os militares
A outra acusação se enquadra na seção 50a da Lei Antiterrorista, que torna crime o contato com grupos “terroristas” oficialmente designados. Assim, Fenster pode pegar no mínimo 10 anos de prisão e no máximo prisão perpétua se for condenado, de acordo com seu advogado e as diretrizes de condenação de Mianmar.
Não ficou claro por que as acusações foram feitas contra o ex-editor-chefe do Frontier Myanmar, uma agência de notícias independente que cobria assuntos atuais, negócios e política em Mianmar. Fenster foi preso no Aeroporto Internacional de Yangon enquanto tentava deixar o país para ver sua família nos Estados Unidos.
A CNN Business entrou em contato com os militares de Mianmar para comentar o assunto, mas não recebeu resposta.
(Texto traduzido. Clique aqui para ler o original em inglês)