Candidato do partido governista de Taiwan lidera contagem inicial de votos
Lai Ching-te alcançou mais de três milhões de votos logo após o fechamento das urnas
Lai Ching-te, o candidato presidencial do partido no poder de Taiwan, assumiu a liderança inicial na contagem antecipada de votos neste sábado (13), potencialmente colocando-o no caminho para vencer uma eleição que a China classificou como uma escolha entre a guerra e a paz.
Lai, vice-presidente de Taiwan, alcançou mais de três milhões de votos no início da noite, após o fechamento das urnas, de acordo com uma contagem da mídia taiwanesa, colocando-o confortavelmente à frente de seus dois rivais, embora nenhum partido tenha cedido ou reivindicado vitória.
O Partido Democrático Progressista, que defende a identidade separada de Taiwan e rejeita as reivindicações territoriais da China, procura um terceiro mandato, algo sem precedentes no atual sistema eleitoral de Taiwan.
Lai enfrenta dois oponentes à presidência: Hou Yu-ih, do maior partido de oposição de Taiwan, o Kuomintang, e o ex-prefeito de Taipei, Ko Wen-je, do pequeno Partido Popular de Taiwan, fundado apenas em 2019.
Na contagem de votos divulgada pela mídia de Taiwan, Hou ficou em segundo lugar com cerca de 2,7 milhões de votos, enquanto Ko teve pouco mais de dois milhões.
Falando aos repórteres na cidade de Tainan, no sul, antes de votar, Lai encorajou as pessoas a votarem.
“Cada voto é valorizado, pois esta é a democracia conquistada com dificuldade por Taiwan”, disse ele em breves comentários.
No período que antecedeu as eleições, a China denunciou repetidamente Lai como um separatista perigoso e rejeitou os seus repetidos apelos para negociações. Lai diz que está empenhado em preservar a paz através do Estreito de Taiwan e em reforçar as defesas da ilha.
O Ministério da Defesa de Taiwan disse na manhã de sábado (13) que avistou novamente balões chineses cruzando o estreito, um dos quais sobrevoou Taiwan. O Ministério denunciou a onda de balões relatada sobre o estreito no mês passado como uma guerra psicológica e uma ameaça à segurança da aviação.
“Ninguém quer a guerra”, disse Jennifer Lu, 36 anos, uma empresária, que brincava num campo relvado com a filha depois de votar numa manhã ensolarada no distrito de Songshan, em Taipei.
Hou quer reiniciar o envolvimento começando com intercâmbios entre pessoas e, tal como a China, acusou Lai de apoiar a independência formal de Taiwan. Lai diz que Hou é pró-Pequim, o que Hou rejeita.
Ko conquistou uma base de apoio apaixonada, especialmente entre os eleitores jovens, por se concentrar em questões básicas, como o alto custo da habitação. Ele também quer voltar a envolver a China, mas insiste que isso não pode acontecer às custas da proteção da democracia e do modo de vida de Taiwan.
As eleições parlamentares são igualmente importantes, especialmente se nenhum partido obtiver a maioria, prejudicando potencialmente a capacidade do novo presidente de aprovar legislação e despesas, especialmente na defesa.
“Comparado com eleições anteriores, o resultado desta vez é muito difícil de prever”, disse Liao Jeng-wen, 44 anos, um trabalhador do setor financeiro que votou cedo no sábado (13). “O próximo líder de Taiwan deveria pensar em maneiras de conviver pacificamente com a China… Muitos taiwaneses acham que deveríamos manter o status quo.”
A Presidente Tsai Ing-wen está constitucionalmente impedida de se candidatar novamente após dois mandatos.