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    ‘A palavra certa é terror’, diz psicólogo sobre como Bruninho foi hostilizado na Vila Belmiro

    À CNN, psicólogo do esporte explica que episódio poderá afastá-lo do futebol e sugere uma nova oportunidade não-tóxica nas arquibancadas

    Produzido por Alvaro Gadelha*da CNN , em São Paulo

    No último domingo (7), o santista Bruninho, de 9 anos, foi ameaçado e alvo de vários xingamentos na Vila Belmiro depois de pegar a camisa do goleiro Jaílson, do Palmeiras, ao final do clássico paulista. Com medo depois do episódio, o menino pediu desculpas e disse que devolveria a camisa para não ser mais hostilizado. Para o psicólogo do esporte Eduardo Cillo, doutor em psicologia pela USP, o episódio se enquadra como “terror” e poderá causar efeitos ao menino.

    “A palavra certa é terror. Quando a gente pensa em terror e nos efeitos disso, a gente pode ter um impacto psicológico importante. Pode gerar uma situação de medo que vai exigir um cuidado mais prolongado. Pode gerar até mesmo um distanciamento do Bruno com relação ao esporte, ao futebol, ao time do qual ele gosta.”

    Nesta quinta-feira (11), à CNN, o pai do garoto admitiu que ainda não sabe como vai se portar quando voltar a uma arquibancada com o filho e que será difícil esquecer do “terror” gerado pelo episódio.

    Eduardo Cillo disse que a primeira reação é mesmo poupar Bruno de outras agressões, por isso, ele diz: “entendo que o pai deva estar tomando todo o cuidado possível nesse momento, talvez até com receio de tocar no assunto”.

    Ele acrescenta, ainda, que é preciso “notar mudanças de comportamento, momentos possíveis de tristeza e de medo”. Também sugere que os familiares estejam por perto para “acompanhar, conversar e estimular em algum momento falar sobre o assunto, para perceber que tipo de impacto pode ter sido gerado pelo episódio.”

    O psicólogo destaca que “Intolerância é um problema importante para a nossa sociedade” e espera que o fato sirva como exemplo. “Não tem nenhum problema você lidar com um pensamento oposto ao seu, é até construtivo. Então o Bruno, talvez ainda sem saber, pode estar contribuindo para uma mudança na nossa sociedade.”

    Outra recomendação que o especialista faz é sobre dar a chance de Bruninho voltar ao ambiente da torcida garantindo uma experiência que não seja violenta.

    “Uma vez que se verifique que ele está bem, que ele está entendendo o que aconteceu, o ideal seria colocá-lo o mais rápido possível em outra oportunidade, em contato de novo com a torcida em uma situação que não seja tão tóxica e agressiva, para que ele possa perceber que nem sempre as situações acontecerão dessa forma” defende.

    * (sob supervisão de Layane Serrano)