PF faz operação contra esquema de pirâmide financeira de R$ 100 mi no interior de SP
Segundo investigação, empresário abriu várias companhias de fachada para oferecer serviços de crédito; valores eram pagos com recursos de novos poupadores
A Polícia Federal (PF) realiza nesta quinta-feira (11) uma operação contra um esquema de pirâmide financeira que pode ter movimentado mais de R$ 100 milhões nos últimos quatro anos no estado de São Paulo.
A Operação Ponzi, referência ao ítalo-americano Charles Ponzi – que, na década de 1920, ficou famoso como criador de uma gigantesca fraude financeira –, cumpriu 4 mandados de prisão e 23 de busca e apreensão expedidos pela Justiça Estadual de Santa Fé do Sul (SP).
Os agentes da PF, com apoio da Polícia Civil e Ministério Público Estadual, cumprem os mandados nas cidades de Santa Fé do Sul, Santa Clara d’Oeste, Votuporanga, Bebedouro, Araçatuba, Casa Branca, Americana, Santana de Parnaíba e São Paulo
Segundo a PF, durante as investigações foi identificado que um empresário, preso na operação, abriu dezenas de empresas e filiais em várias cidades do interior paulista, tendo como fachada a oferta de serviços de crédito.
“Na verdade, toda a estrutura era voltada para convencer poupadores a entregarem suas economias em troca de altas taxas de juros remuneratórios que chegavam até 6% ao mês e eram pagos com recursos de novos investidores, caracterizando um esquema de ‘pirâmide financeira”, disse a PF, em nota.
O empresário e o diretor-geral do grupo investigado foram presos na saída de uma casa de shows em São Paulo, na manhã desta quinta. Eles serão levados até a sede da PF em Jales para serem ouvidos pela autoridade policial. Também foram presas a ex-mulher do empresário e a diretora financeira do grupo.
A PF também localizou uma mansão, chácaras e um terreno às margens do Rio Paraná, além de vários carros de luxo e uma aeronave que foram apreendidos.
Três embarcações de grande porte também foram apreendidas com o apoio da Polícia Militar Ambiental de Fernandópolis.
Os presos serão indiciados por crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica, estelionato, crime contra a economia popular e organização criminosa. Somadas, as penas máximas podem chegar a 24 anos de reclusão.
(*Com informações de Julyanne Jucá e Vianey Bentes, da CNN, em São Paulo e Brasília)