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    Roubo de prova a receita de miojo: 10 momentos mais marcantes da história do Enem

    Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 será realizado nos dias 21 e 28 de novembro

    Anna Gabriela Costada CNN* , em São Paulo

    O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 será realizado nos dias 21 e 28 de novembro, tanto na versão impressa quanto na versão digital. E, em 23 anos de história, o exame coleciona uma série de inovações, marcos e polêmicas.

    Criado em 1998, na gestão de Paulo Renato Souza frente ao Ministério da Educação, no governo de Fernando Henrique Cardoso, o exame tinha apenas 63 questões (atualmente são 180) e contou, no primeiro ano, com apenas 115.575 participantes.

    A nota só podia ser utilizada em duas instituições de educação superior, e a prova era mais considerada como uma “avaliação de desempenho do aluno”. De 1998 a 2021 diversas mudanças tornaram o Enem uma das principais portas de entrada ao ensino superior.

    Em 2000, mais universidades começaram a usar a nota do Enem como complemento nos seus vestibulares. A nota do vestibulando era aumentada com a soma do resultado na prova do Enem.  A PUC-RJ e a Universidade Federal de Ouro Preto foram as primeiras universidades a aceitarem as notas.

    Confira, abaixo, os momentos mais marcantes do exame:

    Isenção de inscrição

    O Ministério da Educação (MEC) passou a conceder isenção da taxa de inscrição aos estudantes da rede pública em 2001. Também foram contemplados com a isenção os bolsistas de colégios particulares.

    Com isso, houve um salto no número de participantes, e no ano seguinte o Enem registrou 1.829.170 inscritos.

    Prouni

    A popularização do exame pode ser explicada pela própria mudança de função da prova. Se antes o Enem servia para avaliar o desempenho do aluno ao fim da educação básica, em 2004 virou pré-requisito para quem quisesse participar de programas de acesso ao ensino superior.

    O recém-criado Programa Universidade para Todos (Prouni) começou a usar a nota do Enem para concessão de bolsas de estudos integrais e parciais aos participantes.

    Sisu e Fies

    O MEC propôs, em 2009, às universidades federais um vestibular unificado por meio do Enem. Mais de 50 aderiram à ideia e cerca de 47 mil vagas de instituições públicas de ensino superior foram oferecidas aos estudantes por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

    Com a criação do Sisu, o Enem mudou para o formato usado até hoje, com 180 questões e uma redação, com objetivo de substituir o vestibular das federais.

    Para 2011 houve outra mudança: a participação no Enem seria obrigatória para quem quisesse financiar seus estudos por meio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).

    Roubo de prova

    Um dos maiores escândalos da história do Enem foi o roubo, vazamento e tentativa de venda das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009.

    O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) pediu a condenação dos cinco envolvidos no caso. Funcionários do consórcio responsável pela aplicação do exame roubaram o material de dentro da gráfica e a prova teve que ser adiada às vésperas da aplicação, prejudicando 4,1 milhões de inscritos.

    O prejuízo estimado com o furto e adiamento da prova é de R$ 45 milhões. A prova do Enem 2009 só foi aplicada dois meses depois, com um alto índice de abstenção. Pelo atraso, muitas instituições de ensino desistiram de utilizar a nota do exame em seus processos seletivos, para não prejudicar o calendários dos vestibulares. Foi o caso da Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

    Gabarito errado

    Em 2010, o MEC teve que reaplicar o Enem aos alunos que foram prejudicados pelos erros de montagem dos cadernos de prova amarelos, que não continham todas as 90 questões. O erro ocorreu em todos os cartões, distribuídos aos 3,3 milhões de participantes.

    Outro problema ocorreu na folha em que os estudantes marcam as respostas das questões, que estava com o cabeçalho das duas provas trocado. O exame teve 90 questões, sendo a primeira metade de ciências humanas e o restante, de ciências da natureza. Mas, na folha de marcação, as questões de 1 a 45 eram identificadas como de ciências da natureza e as de 46 a 90, como de ciências humanas.

    Já em relação ao problema nos cartões de resposta, o edital previa que um representante do Inep deveria revisar o material antes da impressão. Uma das explicações para o erro é que na edição do ano anterior a prova tinha a ordem inversa da aplicada no ano de 2010.

    Vazamento de dados dos candidatos

    O MEC confirmou, em 2010, o vazamento de dados de 11,7 milhões de estudantes que se inscreveram no Enem entre 2007 e 2009. Informações como o nome completo do aluno, o número da inscrição, a carteira de identidade, o CPF e o nome completo da mãe do candidato ficaram com acesso livre no dia 3 de agosto.

    De acordo com uma nota publicada, os dados dos inscritos ficam armazenados em banco do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e são colocados em uma área reservada do site, liberada apenas para as instituições de ensino superior e secretarias de Educação que solicitarem as informações.

    Após o vazamento, o Inep optou por mudar o modelo de acesso às notas para evitar novas falhas.

    Receita de Miojo e hino do Palmeiras na redação

    A correção das redações do Enem passou a ser mais rigorosa em 2013. As providências foram tomadas para que casos como inserção de receita de miojo ou hino do Palmeiras – que receberam nota acima 500 ou mais (metade da nota máxima), como aconteceu na edição daquele ano – não sejam tolerados.

    No mesmo ano, o então presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, defendeu a punição de candidatos que apresentarem alguma forma de deboche nas redações do Enem.

    Em 2013, segundo o presidente, foram contabilizadas cerca de 300 redações que continham algum tipo de inserção indevida.

    Recorde de abstenção durante pandemia

    O segundo dia de aplicação do Enem 2020 teve 55,3% de faltas, abstenção recorde no exame, de acordo com o Inep. Do total de 5.523.029 inscritos no exame, menos da metade, 2.470.396, compareceu aos locais de prova.

    A prova foi aplicada em janeiro de 2021, já que a aplicação em 2020 precisou ser adiada devido à pandemia de Covid-19.

    A pandemia da Covid-19 fez com que escolas fechassem e milhares de alunos ficassem sem aula e sem acesso aos conteúdos curriculares. Além do sentimento de despreparo para o exame, o medo de contaminação do vírus também contribuiu para a abstenção recorde.

    Aqueles que não fizeram o exame por apresentarem sintomas de Covid-19 ou outra doença infectocontagiosa tiveram o direito de fazer o exame na data da reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro de 2021.

    Enem Digital

    Desde 2020, o participante pode escolher entre fazer o exame impresso ou o Enem Digital, com provas aplicadas em computadores, em locais de prova definidos pelo Inep.

    O MEC anunciou o lançamento da modalidade em 2019. No projeto-piloto foram 96 mil candidatos inscritos, mas a abstenção chegou a 68%, devido à pandemia. O MEC prevê que a aplicação do Enem se torne 100% digital até 2026.

    Debandada da equipe

    Trinta e sete servidores do Inep, órgão responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pediram demissão coletiva de seus cargos em resposta ao que classificam de “má gestão” do instituto, órgão ligado ao Ministério da Educação e responsável pela aplicação de todos os exames públicos de avaliação de ensino no Brasil.

    A debandada da equipe aconteceu nesta segunda-feira (8), dias antes da aplicação da prova de 2021, que ocorrerá em 21 e 28 de novembro.

    O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o cronograma do exame está mantido.

    *Com informações da Agência Brasil

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