Xi diz que China está pronta para trabalhar com os Estados Unidos
Fonte afirmou à CNN Internacional que o presidente da China, Xi Jinping, fará reunião virtual com Joe Biden, presidente dos EUA, na próxima semana
A China está pronta para administrar suas diferenças com os Estados Unidos, afirmou o presidente chinês Xi Jinping, na terça-feira (9), antes de uma reunião virtual planejada com o presidente americano Joe Biden.
A reunião, que foi a primeira desde que Biden se tornou presidente no início deste ano, será realizada na próxima semana, disse uma fonte ligada ao planejamento do encontro à CNN Internacional.
No entanto, detalhes específicos e a data exata não foram definidos ainda. A notícia do arranjo da reunião foi relatada pela primeira vez pela rede de TV Bloomberg.
A declaração ocorre no momento em que Xi insinua um leve aquecimento nas relações com os Estados Unidos, de acordo com uma carta publicada no site da embaixada chinesa nos Estados Unidos na terça-feira (9).
No documento, Xi disse que a China está disposta a “aumentar o intercâmbio e a cooperação em todos os setores” com os EUA e trazer de volta as relações entre as duas potências mundiais.
A carta foi lida pelo embaixador da China, em um jantar do Comitê Nacional de Relações EUA-China em Washington.
Autoridades americanas revelaram no mês passado que chegaram a um acordo de princípio com a China para realizar uma reunião virtual entre Biden e Xi antes do final do ano, como parte de um esforço para garantir a estabilidade em uma das relações mais importantes e tensas do mundo.
Esse acordo provisório foi o resultado de uma reunião de seis horas entre o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, e o principal diplomata da China, Yang Jiechi, na Suíça, poucos dias depois de Pequim enviar um número recorde de aviões de guerra para a zona de defesa de Taiwan.
O especialista em política de elite chinesa da Universidade da Califórnia, Victor Shih, disse que o encontro é um desenvolvimento positivo para as relações bilaterais.
“Eu acredito que a reunião bilateral na próxima semana é um sinal preliminar de que o relacionamento entre os EUA e a China está voltando a um caminho mais normal — do que aconteceu nos últimos anos de Trump”, disse Shih à CNN.
A reunião também deve motivar as autoridades, especialmente do lado chinês — do Ministério das Relações Exteriores ao Ministério do Comércio — a mais uma vez concentrar suas energias no relacionamento EUA-China e pensar em maneiras de melhorá-lo, acrescentou Shih.
Encontro entre líderesv
A última vez que Biden e Xi se falaram foi em setembro, em um telefonema que durou cerca de 90 minutos.
“Os dois líderes tiveram uma discussão ampla e estratégica, e discutiram áreas onde nossos interesses convergem e áreas onde nossos interesses, valores e perspectivas divergem”, disse uma leitura da convocação divulgada pela Casa Branca.
“Eles concordaram em se envolver em ambos os conjuntos de questões de forma aberta e direta. Esta discussão, como o presidente Biden deixou claro, era parte do esforço contínuo dos Estados Unidos para administrar com responsabilidade a competição entre os Estados Unidos e a República Popular da China”.
Um alto funcionário da administração descreveu o tom da ligação como “respeitoso” e “familiar e franco”.
Os dois líderes também conversaram por duas horas em fevereiro — seu primeiro telefonema desde que Biden assumiu o cargo.
“Foi uma boa conversa, eu o conheço bem, passamos muito tempo juntos ao longo dos anos em que fui vice-presidente. Mas, sabe, se não nos mexermos, eles vão almoçar”, disse Biden na época, destacando os esforços da China para investir em ferrovias e outros transportes.
Ausência de Xi
Xi não sai da China há 21 meses, seguindo medidas para estreitar as fronteiras do país em resposta à pandemia. Ele faltou à cúpula do G20 no final de outubro, bem como à conferência climática COP26 na Escócia neste mês.
Na semana passada, Biden criticou Xi por não ter comparecido à COP26, dizendo que ele havia cometido um ‘grande erro’.
A ausência de Xi no cenário global foi observada entre os líderes mundiais e, além de querer se concentrar em problemas internos como a eliminação da Covid-19, sinaliza um possível recuo da cooperação global. As relações da China com os EUA e outras nações ocidentais estão em seu nível mais baixo em décadas — um ponto que Biden não perdeu.
“O fato de que a China, tentando afirmar, de forma compreensível, um novo papel no mundo como líder mundial – não aparecendo? Qual é”, disse Biden em Glasgow.
(*Esse texto foi traduzido. Clique aqui para ler original em inglês)