Motores do avião que caiu com Marília Mendonça serão levados para Goiânia
Nova perícia será feita pela Aeronáutica. A fuselagem e as asas chegaram ao Rio de Janeiro nesta terça-feira (9)
Os dois motores da aeronave que caiu com a cantora Marília Mendonça estão sendo levados de caminhão para o Centro de Serviços Aeronáuticos (CSA), em Goiânia.
Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), o local possui a estrutura e disponibilidade necessárias para que os técnicos do 3º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III) realizem a análise dos equipamentos, em coordenação com o operador da aeronave. As peças saíram ainda de madrugada de Caratinga, em Minas Gerais. O trajeto de mais de 1.180 km pode durar 16 horas.
A empresa responsável pelo transporte havia informado que uma equipe do CENIPA em Sorocaba, no interior de São Paulo, receberia os dois motores da aeronave, mas voltou atrás. Os dois motores do avião matrícula PT-ONJ, foram resgatados, um em uma área de mata e o outro submerso, no local do acidente.
As asas e a fuselagem do avião chegaram ao Rio de Janeiro por volta das dez horas da noite desta terça-feira (9).
Durante o trajeto de nove horas entre Caratinga e a capital fluminense, o caminhão da empresa contratada para o translado foi escoltado pelo exército. As peças vieram embaladas em um plástico azul.
No galpão do SERIPA III, que é ligado à Força Aérea Brasileira (FAB) e fica fica no aeroporto internacional do Galeão, investigadores vão trabalhar para tentar chegar, no menor prazo possível, aos fatores que podem ter influenciado no acidente. O objetivo das investigações também é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram.
O avião com a cantora e dois integrantes da equipe dela deixou Goiânia por volta de 13h da última sexta-feira (5) e caiu duas horas depois em Caratinga, após atingir uma rede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
A Aeronáutica informou à CNN que a rede de fios em que o avião com Marília Mendonça se chocou não estava dentro da zona de proteção do aeródromo, ou seja, não é considerada um obstáculo para pousos. Por esse motivo, as informações disponibilizadas ao piloto, para o preparo do plano de voo, não alertavam sobre a redes de cabos.
No entanto, não está descartado que o comandante, experiente na profissão, pudesse ter conhecimento por outra fonte da existência dos fios, o que somente a investigação da FAB irá constatar.
O bimotor não tinha caixa preta. O ítem não é obrigatório pela ANAC para esse modelo de avião. Mas um dispositivo de GPS, localizado dentro da aeronave, poderá ajudar o Cenipa a entender se houve alteração no trajeto do voo.
A Polícia Civil também trabalha apurando o acidente. À CNN, o delegado regional de Caratinga, Ivan Lopes Sales, disse que peritos querem saber se o cabo encontrado pelas equipes preso à hélice do avião é o mesmo que rompeu na torre de transmissão. Somente após a conclusão dos trabalhos periciais será possível afirmar isso.