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    Primeira dose da AstraZeneca tem 57% de eficácia contra Covid, diz Fiocruz

    Resultados são do estudo de vacinação em massa no complexo de favelas da Maré, coordenado pela Fundação, no Rio de Janeiro

    Elis Barretoda CNN , Rio de Janeiro

    A vacina da AstraZeneca atinge 57% de eficácia contra a infecção da Covid-19 em jovens de até 35 anos, 21 dias após a primeira dose. Os resultados fazem parte do projeto de vacinação em massa comandado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro.

    Não foram analisados dados de mortes e internações, mas, sim a taxa de contaminação e transmissão do novo coronavírus entre os moradores.

    O estudo vacinou 36.933 adultos com a primeira dose da vacina de Oxford. Considerando todas as idades, a eficácia do imunizante para infecções da doença cai para quase 43%.

    Os resultados estão publicados em pré-print, e foram submetidos ao Clinical Infectious Disease Journal.

    O pesquisador Fernando Bozza, coordenador do estudo, explica a importância desse tipo de pesquisa com a circulação cada vez mais fortes de variantes da doença, em uma comunidade de pessoas de baixa renda.

    “Nesse caso, a gente atesta o efeito coletivo da vacinação, e não o efeito individual. Quando buscamos a redução transmissão da doença, vemos que tem uma proteção significativa em termos coletivo. A maioria dos estudos de efetividade é feito em países de primeiro mundo e existe uma carência de dados na população mais vulnerável”, explica.

    O estudo é coordenado pelo projeto Conexão Saúde, da própria Fiocruz, e teve início no ano passado durante a pandemia do novo Coronavírus. A ideia inicial era mapear, testar e oferecer atendimento para a doença na comunidade, em parceria com a ONG Redes da Maré e com o SAS Brasil.

    Início do estudo

    O estudo de vacinação em massa na Maré começou no dia 29 de julho de 2021. Foi o primeiro estudo de vacinação em massa em uma favela.

    Formado por 16 favelas, o Complexo da Maré possui cerca de 140 mil habitantes, a maioria jovens, com menos de 30 anos. O número de pessoas que atualmente vive na Maré é superior ao de cidades como Cubatão (SP), Resende (RJ), Crato (CE) e Pinhais (PR).

    O objetivo do estudo é saber a efetividade da vacina contra as variantes do coronavírus e o caminho do contágio da doença; além de fazer o acompanhamento de 2 mil famílias para identificar a transmissão dentro de casa.

    No dia 14 de outubro deste ano, os moradores começaram a tomar a segunda dose do imunizante. Os pesquisadores agora analisam os dados da eficácia da vacina na população que completou o esquema vacinal.

    *sob supervisão de Helena Vieira.

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