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    Ataque a comunidade indígena no Paraná deixa três feridos

    Governo federal solicitou atuação da Força Nacional na região, que vive sob ameaças de fazendeiros desde o ano passado

    Felipe Souzada CNN*

    Um ataque a uma comunidade do povo Avá-Guarani, em Guaíra, no oeste do Paraná, terminou com três indígenas feridos, na noite desta quarta-feira (10). Segundo denúncias, um grupo de fazendeiros teria orquestrado e encomendado o ataque contra a comunidade.

    Os indígenas foram atingidos por disparos de arma de fogo e precisaram ser hospitalizado. Um deles é o líder espiritual da comunidade.

    O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) informou que pediu — e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) autorizou — a atuação da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na região.

    Este é o segundo ataque contra os Avá-Guarani em menos de um mês. Em 23 e 24 de dezembro a comunidade também foi alvo de ataques, que resultaram em danos materiais e ameaças aos indígenas. A Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira está em processo de regularização fundiária.

    De acordo com o MPI, no dia 21 de dezembro os indígenas realizaram duas ações de retomada nas aldeias Y’hovy e Yvyju Avary e, em seguida, passaram a sofrer graves situações de ameaças e agressões por parte de grupos de não indígenas.

    Na ocorrência desta quarta, a Polícia Federal foi acionada e compareceu ao local.

    Segundo a Comissão Guarani Yvyrupá (CGY), os agentes fizeram o registro da ocorrência, mas não prenderam nenhum suspeito e, conforme a organização, a Polícia Federal não prestou assistência aos indígenas.

    Ainda de acordo com a CGY, os ataques parecem ser uma retaliação coordenada por parte de produtores rurais e moradores da região às movimentações das comunidades Avá-Guarani dentro dos limites da Terra Indígena.

    “Esta violência é uma das consequências da não demarcação dos territórios do povo Avá-Guarani no oeste do Paraná, omissão do Estado brasileiro que segue sendo causa de muitas violações de direitos, violência extrema e mortes”, afirmou a CGY.

    Procurado pela CNN, o MJSP não se pronunciou sobre o ocorrido até a publicação desta matéria.

    (*Sob supervisão de Carolina Figueiredo)

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