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    Mulheres sofrem três vezes mais assédio sexual nas empresas do que os homens

    Levantamento de empresa de gestão de recursos humanos mostra ainda que 97% das vítimas não denunciam os autores do crime

    Elis Barretoda CNN , Rio de Janeiro

    Um levantamento produzido pela empresa de gestão de recursos humanos Mindsight revelou que mulheres sofrem três vezes mais assédio sexual do que homens em ambiente de trabalho, mas 97% das vítimas sequer denunciam o crime.

    Foram ouvidas mais de 11 mil pessoas em todo o país, sendo 47,8% homens, 51,5% mulheres e 0,7% não se identificam com nenhum dos gêneros.

    A pesquisa revela ainda que 34% dos entrevistados assumem já ter sofrido assédio moral. Em um recorte de gênero, 38% das mulheres já foram vítimas de abuso moral, mas apenas 6,6% registraram algum tipo de denúncia. Dos homens, 30% relataram ter sido vítimas desse tipo de crime, mas só 6,4% denunciaram.

     

    De acordo com o levantamento, o principal motivo para as vítimas não denunciarem os abusos é o medo de sofrer alguma retaliação, ou até ser demitido. Para os pesquisadores, esse baixo número de denúncia pode ser atribuído ao fato de mais de 65% das empresas não possuírem um local seguro para o funcionário registrar esse tipo de reclamação.

    O CEO da Mindsight, Thaylan Toth, explica que o setor de recursos humanos das empresas deve sempre ficar atento ao comportamento dos funcionários, e manter o ambiente aberto para discussões sobre assédio.

    “A empresa deve analisar os indicativos quanto à saúde mental e bem-estar psicológico de todos os funcionários, para que todos se sintam seguros para denunciar esses tipos de abusos. Apesar de ainda carregar um certo estigma por parte de algumas empresas, é essencial discutir essas questões para garantir um ambiente de trabalho que seja acolhedor, empático e que realmente valorize seus funcionários.”, afirma.

    O perfil dos autores dos abusos também foi traçado pela empresa. De acordo com as pessoas ouvidas, 76% foram assediadas sexualmente por homens, enquanto 24% por autoras mulheres. Já no assédio moral, 62% são homens e 38% mulheres.

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