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    Comissão de Ética da CBF rejeita denúncia de assédio moral de ex-diretora

    Luísa Rosa trabalhou na confederação entre 2020 e 2023 e diz ter sofrido humilhações

    Marcel Rizzoda Itatiaia

    A Comissão de Ética da CBF arquivou nesta quarta-feira (10) a denúncia feita pela ex-diretora da confederação brasileira Luísa Rosa. Ela protocolou no dia 5 de janeiro uma notícia de infração pedindo o afastamento do presidente Ednaldo Rodrigues.

    Rosa solicitava que o dirigente e o diretor de Governança e Conformidade da CBF, Helio Menezes Jr, fossem investigados internamente sobre as denúncias feitas por ela de que teria sofrido assédio moral no período em que trabalhou na entidade, entre 2020 e 2023.

    A decisão de arquivamento, ao qual a Itatiaia teve acesso, é assinada pelos seis membros da comissão, que é presidida pelo advogado Carlos Renato de Azevedo Ferreira. No texto, os membros dizem que a denunciante não traz novos fatos a uma denúncia já feita por ela em 2023, também rejeitada, e que é preciso a apresentação de novos documentos para que o caso seja apreciado. Um novo processo precisaria ser aberto.

    Rosa também abriu uma ação na Justiça comum pedindo indenização de R$ 1,8 milhão. Na ação ela alega ter sofrido diversas humilhações quando esteve no cargo, primeiro como Gerente de Infraestrutura e, depois, promovida a Diretora de Patrimônio e Infraestrutura, em abril de 2022. Na época a CBF publicou matéria no site oficial ressaltando que Rosa era a primeira diretora da história da entidade.

    Além do assédio moral, em que cita diretamente Ednaldo Rodrigues, Rosa também fala em assédio sexual ao apontar convites para “encontros não profissionais em bares”. Esta denúncia não inclui Ednaldo, mas outros funcionários e diretores da CBF.

    Ednaldo Rodrigues não se pronunciou sobre o assunto. Ele ficou quase um mês afastado da presidência da CBF, entre 7 de dezembro de 2023 e 4 de janeiro, por decisão do Tribunal de Justiça do Rio, por problema no processo eleitoral da entidade.

    Na semana passada, em decisão liminar, o Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), recolocou Ednaldo na presidência após ação aberta pelo PC do B (Partido Comunista do Brasil), que é ligado ao secretário geral da CBF, Alcino Reis Rocha. O plenário do Supremo vai analisar o caso, em data incerta.

    A denúncia

    Luísa escreveu no pedido que assediar é uma regra geral de conduta da CBF comandada por Ednaldo e que há um “forte esquema de espionagem para monitorar os funcionários”. Ela diz ter informações sobre a instalação de câmeras escondidas na sede da entidade, na Barra da Tijuca, Rio, e que convivia com conversas sobre a contratação de prostitutas para servir convidados.

    Rosa baseou sua denúncia em sete tópicos: ela diz, por exemplo, que foi coagida a não aceitar uma proposta da Fifa, quando ainda era gerente, e que promovida à diretora teve equipe reduzida, esvaziamento de atribuições e pessoas que não tinham cargo específico dentro da entidade, ligadas a Ednaldo, dando ordens a ela.

    A ex-funcionária afirmou que sua nomeação como diretora foi apenas uma jogada de marketing da CBF, que a usou para se mostrar uma entidade que abordava a igualdade de gênero, mas que na prática ela nunca teve autonomia na função. E que era alvo de constantes comentários misóginos e inconvenientes.

    Rosa já havia procurado a Comissão de Ética anteriormente, em maio de 2023 e, em julho, foi demitida com o argumento de que havia vazado informações para a imprensa.

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