Estudo aponta que metade dos combustíveis fósseis podem sair de uso em 15 anos
Mudança na matriz energética mundial é a principal responsável para queda na importância desses combustíveis
Uma pesquisa inédita divulgada pela revista Nature mostra que cerca de metade dos combustíveis fósseis do mundo podem ser desnecessários em 2036. O estudo detalha que a mudança na matriz energética mundial, que tende a ser cada vez mais sustentável, é a principal responsável pela desvalorizar dos produtos derivados do Petróleo. A projeção foi feita com base na demanda dos 70 setores da indústria que mais necessitam do insumo no mundo.
Segundo o levantamento, as empresas ligadas a esse tipo de exploração devem sofrer uma crise financeira em 15 anos, já que ficarão na posse de ‘ativos ociosos’, como terrenos, fábricas e investimentos, sem a possibilidade de gerar grandes lucros. Isso porque o estudo aponta que o barril do petróleo não deve custar mais que US$ 35 em 2036. Atualmente, o mesmo barril é comercializado por valores superiores a US$ 80 (cerca de R$ 440).
“Um dos principais objetivos da política climática é substituir progressivamente o uso de combustíveis fósseis por energias renováveis. A rápida depreciação e substituição dos combustíveis fósseis associadas à necessidade de preservação do meio ambiente acarretam uma profunda reorganização das cadeias de valor da indústria, comércio internacional e geopolítica. Dependendo das decisões de produção, os preços do petróleo a longo prazo podem permanecer em valores tão baixos quanto US$ 35 bbl”, destaca um trecho da pesquisa divulgada nesta semana pela revista Nature.
No entanto, a transição pode gerar instabilidade econômica ao longo dos anos, especialmente em países que o produto faz parte da cadeia produtiva. A pesquisa ressalta que as nações que começarem mais cedo a desativar o uso desses combustíveis e investir em outras fontes de energia poderão reduzir as perdas a longo prazo.
O Brasil, Estados Unidos, Noruega e Rússia estão entre os países que mais produzem combustíveis fósseis, segundo a pesquisa. Já a União Europeia, o Japão e a Índia estão entre os maiores importadores do produto.