Criminosos encapuzados e armados invadem estúdio de TV do Equador durante transmissão ao vivo
Polícia prendeu 13 pessoas; presidente decretou Conflito Armado Interno e operação contra crime organizado
Um grupo de homens encapuzados e armados invadiu as instalações do canal TC Televisión de Guayaquil na tarde desta terça-feira (9). A invasão foi capturada pela transmissão ao vivo, que mostrou funcionários sendo obrigados a se deitarem no chão. Foi possível ouvir tiros e gritos.
Nas imagens foi possível ver pessoas reunidas no chão enquanto homens armados gesticulavam para a câmera. Não há informações sobre funcionários da TV que tenham ficado feridos.
A polícia equatoriana prendeu 13 criminosos, apreendeu armas e explosivos e coletou provas no local. Todos os funcionários e pessoas no estúdio estão vivos, segundo as autoridades.
O Ministério da Educação do Equador anunciou que as aulas presenciais estão suspensas em todo o país até o dia 12 de janeiro. Já a Direção-Geral de Aviação Civil pediu que a segurança seja reforçada em instalações aeroportuárias, áreas públicas e imediações.
O caso acontece em meio aos sequestros de policiais e uma série de explosões, um dia depois que o presidente Daniel Noboa declarou estado de emergência após o criminoso mais procurado do país ter desaparecido da prisão.
ACTUALIZACIÓN
Luego de la intervención de @PoliciaEcuador en las
instalaciones de @tctelevision #GYE, se evacúan a las personas del lugar, a fin de verificar novedades con los trabajadores del medio de comunicación y restablecer el orden.Noticia en desarrollo… pic.twitter.com/Wekwwr3eol
— Policía Ecuador (@PoliciaEcuador) January 9, 2024
Presidente decreta operação contra grupos criminosos
Após a invasão à TV, o presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou que 22 grupos do crime organizado sejam identificados como organizações terroristas e “atores beligerantes não estatais”.
Também foi decretado Conflito Armado Interno e que sejam feitas operações militares pelas Forças Armadas equatorianas para neutralizar os grupos armados.
Além disso, foi formado um Conselho de Segurança Pública e do Estado para analisar a situação da segurança do país.
Estado de emergência
O presidente Daniel Noboa declarou estado de emergência por 60 dias na segunda-feira (8), permitindo patrulhas militares, inclusive nas prisões, e estabelecendo um toque de recolher noturno nacional.
Noboa, filho de um dos homens mais ricos do país, assumiu o cargo em novembro do ano passado, prometendo conter uma onda de violência relacionada ao tráfico de drogas nas ruas e nas prisões que tem crescido há anos.
A medida foi uma resposta à possível fuga de Adolfo Macias, líder do grupo criminoso Los Choneros, da prisão onde cumpria uma pena de 34 anos, e a outros incidentes prisionais recentes, incluindo a tomada de guardas como reféns.
“Noite de terror” no Equador
Entre esta segunda e terça-feira houve “uma noite de terror” em várias regiões do Equador, conforme descreveram alguns cidadãos com quem a CNN conversou.
A Polícia Nacional relatou diversas emergências, incluindo o sequestro de policiais em Quito e Machala.
“Nossas unidades especializadas são acionadas para localizar nossos colegas e proceder à prisão dos autores. Nenhum destes acontecimentos ficará impune”, afirmou a instituição em comunicado publicado no X.
As Forças Armadas do país informaram que foram registradas explosões de veículos e postos de gasolina. Os militares realizaram patrulhas e operações de controle durante a noite e madrugada nas áreas mais conflituosas, segundo a instituição.
Ainda em Quito, na região de Chilllogallo, a polícia encontrou um veículo queimado que transportava dois botijões de gás. Alguns moradores da área relataram nas redes sociais que ouviram uma forte explosão.
Um porta-voz da Polícia Nacional informou aos jornalistas que a explosão ocorreu em uma ponte da Avenida General Rumiñahui, que leva aos vales nos arredores de Quito.
Além disso, ressaltou que “foram atendidas mais de 20 emergências durante a noite e madrugada em diferentes pontos do país”.
A Prefeitura de Quito exigiu o apoio do governo nacional para proteger a vida dos cidadãos e pediu mais ajuda da polícia para a capital. O município acrescentou que irá reforçar a segurança em zonas críticas e nos serviços públicos.
*com informações da Reuters e da CNN