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    Nem 8 de janeiro faz governistas superarem impacto de bolsonaristas nas redes, mostra levantamento

    Parlamentares da oposição conseguiram mais engajamento nas redes sociais com críticas ao evento

    Iuri Pittada CNN , Brasília

    Levantamento da consultoria Bites mostra que os deputados e senadores defensores do ato que marcou o primeiro aniversário do ataque às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro, são majoritários, mas não conseguem ter o mesmo impacto em relação aos bolsonaristas críticos à realização do evento, convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    O estudo detectou 63 postagens de 30 deputados que se opõem ao evento que reuniu os chefes dos Três Poderes, na segunda-feira (8).

    Em geral, são conteúdos nas redes sociais que criticam o ato em si ou questionam a classificação do episódio como uma tentativa de golpe.

    Cada um desses posts teve 2,3 mil interações em média, em um total de 147.340 reações, comentários ou compartilhamentos.

    No campo oposto, 122 deputados publicaram 664 vezes em defesa da democracia e obtiveram 214.702 interações.

    Em outras palavras, embora o volume tenha sido maior, na média houve 323 interações por post, e quase o dobro de autores para se atingir esse engajamento.

    Entre os senadores, as proporções são semelhantes. Os defensores do evento institucional foram 21 dos 81 senadores, que publicaram 83 posts e receberam 43,2 mil interações (média de 520), enquanto os críticos a Lula e ao que chamaram de “democracia relativa” eram apenas 9 congressistas, responsáveis por 37 postagens, que tiveram 96,6 mil interações (média de 2,6 mil).

    “Mais políticos se manifestaram de forma inequívoca na defesa das instituições. Mas os que defendem a narrativa de que é mentira que houve tentativa de golpe em 8 de Janeiro têm muito maior repercussão nas redes”, explica o diretor e sócio-fundador da Bites, Manoel Fernandes.

    Durante a tarde de segunda-feira, a Bites monitorou os conteúdos do X (ex-Twitter) relacionados ao evento no Congresso. Foram 578 mil menções ao ato ou ao ataque de 8 de Janeiro de 2023 feitas por 117 mil autores — no ano anterior, o volume era cerca de 5 vezes maior, tanto em conteúdos quanto em usuários, e predominavam as mensagens em defesa da democracia e as críticas aos ataques às sedes dos Três Poderes.

    Em 2024, as mensagens em defesa do ato pela democracia só conseguiram emplacar 5 dos 25 conteúdos com mais repostagens, sendo os 20 restantes oriundos de autores que replicavam a visão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de que haveria uma “narrativa lulista” em relação à tentativa de golpe no ano passado.

    A hashtag mais usada também está vinculada ao que os bolsonaristas chamam de “buscar a verdade”.

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