Médico em Gaza: houve amputações traumáticas e queimaduras como nunca vi antes
À CNN, cirurgião britânico que liderou equipe de emergência no centro do enclave diz que situação do hospital Al-Aqsa é a mais grave já vista em sua carreira
Um cirurgião britânico que liderou uma equipa médica de emergência no centro da Faixa de Gaza diz que a situação no hospital de Al-Aqsa tem sido “sem qualquer dúvida a pior coisa” que viu na sua carreira, enquanto o monarca da Jordânia advertiu que o bombardeio de Israel estava criando uma “geração inteira de órfãos”.
“Houve múltiplas amputações traumáticas de crianças, queimaduras horríveis, como nunca vi antes”, disse o médico Nick Maynard a Isa Soares, da CNN, na segunda-feira (8), depois que sua equipe não teve escolha a não ser retirar-se do hospital, após aumento da atividade militar israelense.
Ele disse que muitas vezes “não há nenhum alívio para a dor para dar a estes pacientes”, sublinhando a terrível situação humanitária e a falta de suprimentos médicos no enclave palestino após mais de três meses de bombardeio israelense.
“Acho que é justo dizer que nunca vi nada assim. E nunca esperei em minha vida ver uma situação tão terrível”, disse Maynard, que falava na segunda-feira da capital egípcia do Cairo, após deixar Gaza.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram repetidamente que não têm como alvo civis. As FDI também afirmaram que o Hamas utiliza infra-estruturas civis, incluindo hospitais, como escudos para os seus ataques a Israel, e que atacar esses alvos é essencial à medida que trabalha para eliminar o Hamas da Faixa de Gaza.
Israel também afirmou que alguns hospitais estão sendo usados como centros de comando, mas forneceu provas limitadas para apoiar essa afirmação.
(De Martin Goillandeau, da CNN; Isa Soares, Catherine Nicholls, Caroline Faraj e Kathleen Magramo)