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    Dúvida sobre cena fiscal eleva chance de juros neutros maiores, diz Copom em ata

    Informação está na a ata da 242ª reunião do Copom, publicada nesta quarta-feira (3)

    Banco Central do Brasil
    Banco Central do Brasil Raphael Ribeiro/BCB

    Anna Russida CNN Brasília

    Além da contínua alta nas projeções para a inflação deste e dos próximos dois anos, o avanço no ritmo de elevação da taxa de juros básica, a Selic, foi motivado por questionamentos do próprio Comitê de Política Monetária (Copom) em relação ao futuro do arcabouço fiscal atual.

    A informação está na a ata da 242ª reunião do Copom, publicada nesta quarta-feira (3).

    “Esses questionamentos também elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica atribuir maior probabilidade para cenários alternativos que considerem taxas neutras de juros mais elevadas”, diz o documento.

    Segudo o documento, buscando garantir a convergência da inflação de 2022 para a meta, o Comitê chegou a considerar, inclusive, cenários com ritmos de ajuste maiores do que 1,50 ponto percentual. A visão que prevaleceu, no entanto, foi de que 1,50 ponto percentual é suficiente neste momento.

    A avaliação vem apesar do desempenho melhor que o esperado das contas públicas nos últimos meses. Ainda assim, o Comitê segue com a previsão de trajetória cadente da Dívida/PIB, “supondo a manutenção dos marcos fiscais vigentes, em particular o controle do crescimento dos gastos (teto)”.

    Entre os principais fatores para a piora fiscal e a elevação dos prêmios do risco do país, o Copom citou a possibilidade de novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia.

    Ainda assim, o Comitê manteve a expectativa de uma retomada da atividade no segundo semestre, “ainda que menos intensa e mais concentrada no setor de serviços”.

    “Para 2022, se por um lado a elevação dos prêmios de risco e o aperto das condições financeiras atuam desestimulando a atividade econômica, por outro, o Copom avalia que o crescimento tende a ser beneficiado por três fatores: a continuação da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços; o desempenho de setores menos ligados ao ciclo de negócios, como agropecuária e indústria extrativa; e os resquícios do processo de normalização da economia conforme a crise sanitária arrefece”, esclarece.

    O Copom ainda considera que, no cenário externo, o ambiente tem se tornado menos favorável, refletindo a persistência do processo inflacionário e a consequente reação dos bancos centrais. “O próximo ano deve ser caracterizado por menor crescimento, com a reversão dos impulsos fiscais e avanço nos processos de normalização da política monetária. Para as economias emergentes, essa combinação implica um cenário mais desafiador”.