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    Vítimas de desabamento na Nigéria foram retiradas dos escombros por vizinhos

    Moradores da região onde o prédio desabou, na cidade de Ikoyi, em Lagos, foram os primeiros a prestar atendimento às vítimas

    Stephanie BusariSheena McKenzieda CNN

    Um condomínio de luxo com apartamentos vendidos a US$ 1,2 milhão foi transformado em entulho depois de um desmoronamento que soterrou até 100 pessoas e deixou um número ainda indefinido de mortos.

    A construção, chamada de “Luxury in the Sky”, ficava em uma área nobre do estado de Lagos, na Nigéria. Na segunda-feira (1º), este edifício de mais de 20 andares, e que ainda estava em construção, desabou.

    Os últimos números apurados pela CNN Internacional apontam a morte de pelo menos dez pessoas. Mais nove sobreviventes foram retirados dos destroços, de acordo com o vice-governador do estado de Lagos, Obafemi Hamzat.

    Na manhã desta terça-feira (02), vozes podiam ser ouvidas pedindo ajuda sob montes de entulho e metal retorcido. As equipes de emergência estão agora correndo para resgatar um número desconhecido de pessoas ainda presas no que deveria ser um hotel sete estrelas, de acordo com materiais de divulgação da construtora responsável pela obra, a Fourscore Homes.

    A queda do prédio agravam as crescentes preocupações sobre as práticas de construção e as ações de órgãos regulatórios na Nigéria, onde vários edifícios desabaram nos últimos anos.

    Parentes buscam informações

    Parentes que aguardavam ansiosamente notícias de seus entes desaparecidos se reuniram ao redor dos escombros. Um deles, Farati Bakare, aguardava notícias de seu tio que, segundo ele, havia visitado o local ontem, mas, com o passar das horas, suas esperanças de boas notícias foram diminuindo.

    Ibrahim Farinloye, da agência nacional que coordena as operações de resgate, disse a repórteres reunidos no local nesta terça-feira que ele havia falado com algumas pessoas presas nos escombros. Farinloye se disse esperançoso de que mais pessoas sejam retiradas com vida.

    “Ouvimos vozes”, disse Farinloye. “Depois de nos comunicarmos com eles, entramos em ação. Duas escavadeiras foram colocadas na área.”

    Raiva e confusão

    Um pedreiro, que se identificou à CNN como Dragon, disse que havia saído para cumprir uma obrigação quando viu o prédio desabar. Ele descreveu ter visto um cadáver retirado dos escombros e pessoas cobertas de poeira depois da tragédia. Dragon disse que sabia de pelo menos sete outros pedreiros que ainda estavam desaparecidos.

    Outra pessoa desaparecida é Zainab Oyindamola Sanni, de 26 anos, que está cumprindo estágio obrigatório na FourScore, a construtora do prédio. A família confirmou o desaparecimento à CNN. O irmão da jovem, Fawaz Sanni, disse que ela estava entre as pessoas com quem as equipes de resgate falaram. “Eles me disseram que ela ainda está viva”, disse Fawaz.

    Os moradores da região criticaram a resposta lenta dos serviços de emergência após o colapso, com uma testemunha dizendo à CNN que esperaram quatro a cinco horas até que as primeiras equipes chegassem.

    Os moradores dizem que, depois da queda do prédio, ouviram um homem gritar: “As pessoas estão morrendo!”. Em desespero, vários moradores começaram a revirar o que sobrou da construção com as próprias mãos, retirando três pessoas do meio dos escombros antes que os serviços de emergência chegassem.

    A Agência de Gerenciamento de Emergências do Estado de Lagos (LASEMA) disse ter ativado seu plano de resposta a emergências, enviando equipamentos de escavação ao local.

    A Cruz Vermelha da Nigéria também está no local ajudando as autoridades.

    Perguntas sobre o colapso

    O prédio, localizado na Rua Gerald, no bairro nobre da cidade de Ikoyi, é um canteiro de obras para apartamentos de luxo, que estavam em construção há dois anos. Um folheto do que viria a ser o prédio apresenta uma representação de prédios brancos elegantes com piscinas e outras estruturas.

    O vice-governador Hamzat disse que o prédio, conhecido como “Torre 360 ​​Graus”, foi lacrado em julho por agentes de órgãos fiscalizadores por causa de ilegalidades.

    Um porta-voz do estado de Lagos identificou o proprietário do prédio como Femi Osibona, da Fourscore Homes, e disse que Osibona “estava tomando medidas corretivas quando o incidente aconteceu”.

    Não se sabe o que causou o colapso do edifício.

    (Texto traduzido. Leia o original aqui.)

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