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    Estados brasileiros recuperam os postos formais de trabalho perdidos com a pandemia

    De acordo com levantamento feito pela CNN, com base no Caged, Pará, Acre e Alagoas apresentaram o melhor cenário; Rio de Janeiro, que também está em gradativa elevação, é a única exceção, por uma diferença de 451 postos ainda não recuperados

    Stéfano SallesElis Barretoda CNN , Rio de Janeiro

    Vinte e cinco estados brasileiros e no Distrito Federal recuperaram os postos de trabalho perdidos com a pandemia. Levantamento feito pela CNN Brasil a partir de dados de setembro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – que monitora apenas o emprego formal -, do Ministério do Trabalho e Previdência, mostra que a maioria dos estados apresenta índices até melhor do que antes de fevereiro de 2020, quando o país ainda não sentia os efeitos econômicos provocados pela Covid-19.

    O Rio de Janeiro, que também está em elevação, é a única exceção no cenário, por uma diferença de 451 postos de trabalho ainda não recuperados.

    Proporcionalmente, o estado que apresentou melhor patamar foi o Pará, que passou dos 741 mil postos de trabalho em fevereiro de 2020 para 830,9 mil em setembro deste ano, um aumento de 12,08%. Em segundo lugar, aparece o Acre, que saltou de 81,8 mil para 91,4 mil, uma evolução de 11,47%. Os dois estados ficam no Norte, mas quem completa o pódio é Alagoas, no Nordeste, que passou de 335,2 mil empregos para 11,47%.

    Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), Fernando de Holanda Barbosa Filho destaca que os dados do Caged têm se aproximado dos apresentados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, do IBGE. A última edição dela, divulgada na quarta-feira (27) mostra que a taxa de desemprego recuou meio ponto percentual, passou de 13,7% para 13,2%.

    “Embora haja algumas diferenças metodológicas, está claro que há uma recuperação da economia, confirmada por todos os indicadores. O Caged monitora apenas o emprego formal, e a PNAD já mostra também uma recuperação na informalidade. Passado o estado de dominância epidemiológica, as pessoas vão se vacinando e as atividades econômicas começam a voltar ao normal”, afirma o pesquisador.

    Sobre os dados apresentados pelo Rio de Janeiro, Barbosa Filho entende que eles estão em consonância com o que tem acontecido em todo o país, e destaca que o cenário parece mais grave apenas por conta da distribuição da economia fluminense.

    “Na capital e no estado do Rio de Janeiro como um todo, nós temos poucas indústrias e um setor de comércio e serviços muito forte. A recuperação começa pelas indústrias e demora um pouco mais para chegar nesses segmentos, que demandam mais contato social. A economia do Rio de Janeiro é muito voltada para a prestação de serviços”, conclui.

    Os dois estados mais populosos do país ocuparam posições da metade inferior do ranking. Minas Gerais apresentou evolução de 6,78%, o que o coloca na 15ª posição. São Paulo teve crescimento de 5,26% no número de postos de trabalho e ficou com a 20ª posição.

    No fim da lista, que fazem companhia ao Rio de Janeiro, estão os estados que recompuseram o total de empregados em relação a fevereiro de 2020, mas que menos cresceram em relação aos números daquele período. É o caso de Sergipe, com 2,81% de postos de trabalho a mais, e o Rio Grande do Sul, com 2,76%.

    VARIAÇÃO DO NÍVEL DE EMPREGOS EM RELAÇÃO A FEVEREIRO DE 2020:

    1º) Pará 12,08%
    2º) Acre 11,74%
    3º) Alagoas 11,47%
    4º) Roraima 11,33%
    5º) Tocantins 10,95%
    6º) Mato Grosso 10,47%
    7º) Maranhão 9,88%
    8º) Goiás 8,96%
    9º) Amazonas 8,68%
    10º) Paraíba 8,49%
    11º) Santa Catarina 8,11%
    12º) Rio Grande do Norte 7,91%
    13º) Mato Grosso do Sul 7,86%
    14º) Ceará 6,83%
    15º) Minas Gerais 6,78%
    16º) Amapá 6,49%
    17º) Paraná 6,2%
    18º) Piauí 6%
    19º) Rondônia 5,85%
    20º) São Paulo 5,26%
    21º) Pernambuco 5,25%
    22º) Bahia 5,21%
    23º) Espírito Santo 5,18%
    24º) Distrito Federal 3,44%
    25º) Sergipe 2,81%
    26º) Rio Grande do Sul 2,76%
    27º) Rio de Janeiro (-0,01%)

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