PF combate a extração e comercialização ilegal de ouro no Pará
São cumpridos 62 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão preventiva; Justiça determina bloqueio de quase meio bilhão de reais das contas dos envolvidos
A Polícia Federal (PF) realiza, nesta quarta-feira (27), a operação “Terra Desolata”, para combater uma organização criminosa especializada na extração e comercio ilegal de ouro no sul do Pará, principalmente na Terra Índígena Kayapó.
São cumpridos 62 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão preventiva, expedidos pela 4.ª Vara Federal Criminal da SJPA, no Pará, Amazonas, Goiás, Roraima, São Paulo, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e no Distrito Federal.
A Justiça determinou ainda o bloqueio e indisponibilidade de valores que alcançam quase meio bilhão de reais das contas dos envolvidos – R$ 469.417.117,00 –, o sequestro com bloqueio de cinco aviões, suspensão da atividade econômica de 12 empresas, sequestro e bloqueio de imóveis de 47 pessoas físicas e jurídicas, sequestro e bloqueio de mais 14 bens móveis.
Segundo as investigações que começaram no ano passado, a organização criminosa atua em três níveis: primeiro, junto aos garimpeiros que extraem o ouro, sem permissão e vendem para os intermediários que estão no segundo nível. Estes, por sua vez, revendem o ouro para grandes empresas, que colocam o minério no mercado nacional ou o destinam a exportação.
Durante a investigação, a PF constatou que cerca de uma tonelada de ouro é retirada ilegalmente, todos os anos. E descobriu também a existência de garimpo em áreas particulares, que serão alvo de busca e apreensão em ação conjunta com o Ministério Público do Trabalho, por suspeita de ter trabalhadores em condições análogas à de escravidão.
Terra Desolata é uma expressão italiana equivalente à expressão em português “Terra Devastada”, uma vez que o ouro extraído de forma ilegal no sul do Pará é enviado para Europa, tendo a Itália como porta de entrada, deixando aqui apenas a terra devastada.