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    Grupo de empresas de US$ 1 trilhão cresce em Wall Street, mas acende alerta

    Com venda recorde para a Hertz, Tesla entra para o clube composto por Apple, Microsoft, Alphabet e Amazon, e pode impactar o mercado de ações dos EUA a longo prazo

    Aumentos de previsões da Accenture e Salesforce somavam-se ao humor positivo.
    Aumentos de previsões da Accenture e Salesforce somavam-se ao humor positivo. 04/05/2021REUTERS/Brendan McDermid

    Julia Horowitzdo CNN Business

    A Tesla entrou para o seleto grupo de empresas com valor de mercado acima de US$ 1 trilhão (R$ 5,56 trilhões na cotação atual) que compõe Apple, Microsoft, Alphabet (controladora do Google) e Amazon.

    As ações da Tesla ( TSLA ) subiram mais de 12% na bolsa americana na segunda-feira, chegando a quase US$ 1.025. Isso ocorreu após o anúncio da Hertz de que fechou um pedido recorde de 100 mil carros elétricos da empresa para sua frota.

    Esta é a maior aquisição já feita por um único comprador e a maior transação de veículos elétricos por uma empresa de aluguel de automóveis. Até mesmo Elon Musk ficou surpreso com a magnitude do negócio, que empurrou o valor de mercado da Tesla para US$ 1,01 trilhão.

    “É estranho o mercado mudar de avaliação porque a Tesla é muito mais uma rampa de produção do que de demanda”, afirmou Musk.

    Quem também ganha com a notícia são os investidores americanos. O S&P 500 e o Dow atingiram recordes históricos na segunda-feira, com Wall Street afastando as preocupações de uma desaceleração do crescimento econômico, inflação mais alta e dívidas pesadas no setor imobiliário da China.

    No entanto, isso não é bom para o mercado a longo prazo. As seis companhias juntas valem US$ 9,3 trilhões (R$ 51,75 trilhões na cotação atual). Isso é quase 23% do valor total do índice de ações dos EUA. Ao acrescentar o Facebook, que vale quase US$ 927 bilhões, o número sobe para 25%.

    Em janeiro de 2020, Facebook (FB), Apple (AAPL), Amazon (AMZN), Microsoft (MSFT) e Google (GOOGL) respondiam por 19% do valor total do S&P 500.

    Isso significa que, cada vez mais, um punhado de empresas tem influência descomunal sobre o índice e, portanto, sobre a direção dos mercados financeiros.

    Em tempos de boom econômico, isso pode não parecer uma coisa tão ruim. As grandes empresas de tecnologia geraram enormes ganhos no mercado de ações desde o início de 2020, provando que ainda podem ganhar bilhões de dólares durante uma pandemia.

    A recuperação do mercado de ações nos EUA pode obter outro impulso esta semana, com os lucros da Alphabet, Apple, Amazon e Microsoft.

    No entanto, as ações dessas empresas de tecnologia também são muito sensíveis a mudanças nas taxas de juros, que os bancos centrais estão considerando aumentar para conter a inflação. Caso Wall Street pare de comprar ações da Apple ou da Amazon, por exemplo, isso poderia ocasionar um retrocesso considerável na economia americana.

    A grande questão é: a concentração do mercado é igual ao poder do mercado? A resposta para essa pergunta pode ditar a trajetória do mercado de ações nos próximos anos, enquanto os legisladores avançam em medidas para controlar as maiores empresas de tecnologia, inclusive por meio de possíveis ações antitruste.

    (Texto traduzido. Leia o original aqui)