EUA não veem indicação de que Israel esteja por trás de explosões no Irã
Ataque deixou mais de 100 pessoas mortas e cerca de 200 feridas
Os EUA não viram nenhuma indicação de que Israel esteja por trás das duas explosões que mataram mais de 80 pessoas e feriram cerca de 280 em uma cerimônia no Irã nesta quarta-feira (3) para homenagear o comandante Qassem Soleimani, disse o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
O militar foi morto há quatro anos por um drone dos Estados Unidos em 2020, em um ataque ordenado por Donald Trump.
“Ainda não chegamos a um ponto em que tenhamos muitos detalhes sobre esse atentado. Certamente, nossos corações estão com todas as vítimas inocentes e seus familiares, que obviamente suas vidas serão mudadas para sempre por isso. Mas não temos mais detalhes sobre como isso aconteceu ou quem poderia ser o responsável por isso”, destacou Kirby.
Pelo menos uma das explosões teria sido causada por uma bomba, disse a TV estatal. Anteriormente, as autoridades haviam dito que 103 pessoas morreram e 188 ficaram feridas. Entretanto, os números foram revisados.
A primeira explosão ocorreu a 700 metros do túmulo de Soleimani, e a segunda a um quilômetro de distância, quando peregrinos visitavam o local, acrescentou a rede de notícias IRNA.
Nenhum grupo assumiu ainda a responsabilidade pelas explosões. O Irã declarou esta quinta-feira (4) como dia de luto.
Vídeos publicados na imprensa estatal iraniana mostraram multidões correndo na área após a explosão, assim como corpos ensanguentados sendo transportados e ambulâncias saindo do local em meio às pessoas.
Anteriormente um dos homens mais poderosos do Irã, Soleimani era chefe da Força Quds dos Guardas Revolucionários, uma unidade de elite que gere as operações do Irã no exterior e foi considerada uma organização terrorista estrangeira pelos Estados Unidos.
O Pentágono ressalta que Soleimani e as suas tropas foram “responsáveis pela morte de centenas de militares americanos e da coalizão e por ferir milhares de outros”.
Conhecido como o “comandante sombra” do Irã, Soleimani, que liderava a Força Quds desde 1998, foi o cérebro das operações militares iranianas no Iraque e na Síria.