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    Inação climática é mais onerosa do que zerar emissões, mostra pesquisa

    Economistas defendem que transição depende de países ricos cumprirem promessas feitas às nações em desenvolvimento

    Swathi Nairda Reuters

    Cumprir a meta do Acordo de Paris de zerar as emissões de carbono exigirá investimentos em uma transição verde equivalente a 2% a 3% da produção mundial a cada ano até 2050, muito menos do que o custo econômico da inação, de acordo com uma pesquisa da Reuters com economistas.

    Os entrevistados também disseram que tal transição depende de os países ricos cumprirem as promessas feitas às nações em desenvolvimento e de medidas para estabelecer um preço global de carbono de ao menos US$ 100 – bem acima do nível atingido na maioria dos esquemas atuais.

    A Reuters entrevistou economistas da Europa, Ásia e Américas antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) em Glasgow, vista por muitos como a última grande chance do mundo de manter o aumento da temperatura global “bem abaixo” de 2 ºC, e idealmente em 1,5 ºC.

    A pesquisa, a primeira do tipo da Reuters, sublinhou o desafio fiscal assombroso encarado pelos governos, que desde janeiro de 2020 já gastaram um total de US$ 10,8 trilhões, ou 10,2% da produção mundial, na reação à pandemia de Covid-19.

    Indagados se acham que as conversas da COP26 ajudarão a se chegar aos objetivos do Acordo de Paris, os pessimistas superaram os otimistas em quase três para um, já que 32 de 44 entrevistados disseram que não estão esperançosos a este respeito.

    Embora a sondagem realizada de 16 a 20 de setembro também tenha revelado diferenças entre os principais prognosticadores sobre como medir os riscos econômicos da mudança climática e da descarbonização, ela mostrou um consenso forte nas visões sobre os benefícios de uma ação precoce e coordenada.

    “Se adiarmos a ação contra a mudança climática, fica maior o custo de se zerar as emissões até 2050”, disse Charles Kolstad, professor de economia da Universidade de Stanford.

    “Está claro que não se pode esperar que países em desenvolvimento paguem pela mitigação enquanto estão investindo em desenvolvimento e ajudando seus vizinhos mais pobres. Insistir que eles paguem não levará a nada”.

    A cota relativamente pequena de 2% a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) global por ano preferida pela maioria dos entrevistados para zerar as emissões é um pouco mais alta do que estimativas citadas por outros organismos.

    Neste mês, o Fundo Monetário Internacional (FMI) citou estimativas segundo as quais zerar as emissões até 2050 significaria investimentos adicionais de 0,6% a 1% do PIB global por ano ao longo das próximas duas décadas, um total acumulado que varia de 12 a 20 trilhões de dólares.

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