BC deve subir juros em 1,5 ponto para mostrar que não abandonou meta, diz economista
José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, afirmou que o Banco Central deve acelerar ajuste da Selic para garantir que a meta da inflação para 2022 seja cumprida
Em entrevista à CNN neste domingo (24), o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, afirmou que o Banco Central deve acelerar o processo de ajustes da taxa de juros para sinalizar aos investidores que a meta da inflação para 2022 não foi abandonada.
“O balanço de riscos piorou muito em relação à inflação. Todos os comunicados do Banco Central têm dado muito ênfase à necessidade de consolidação fiscal para manter uma balanço favorável para chegarmos à meta em 2022”, disse Camargo.
Para ele, a autoridade monetária deve anunciar um aumento de 1,5 ponto percentual na próxima reunião.
O economista analisa que os acontecimentos da semana passada, referentes ao anúncio do governo sobre a criação do Auxílio Brasil com alternativas para burlar o teto de gastos, pioraram muito esse cenário.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na quarta-feira (27) para revisar a taxa Selic. A expectativa do mercado e do Ministério da Economia é de que a taxa básica de juros tenha novo aumento, o que na visão de Camargo é algo necessário neste momento.
José Camargo é um dos idealizadores do teto de gastos que foi implementado em 2016. Ele afirmou que após a quebra do teto, o governo precisa readquirir a credibilidade e a confiança dos investidores.
“Na medida em que o governo vai sinalizando para os investidores que ele continua na trajetória de consolidação fiscal, os investidores voltam a acreditar no governo. Não vai acontecer amanhã, vai acontecendo ao longo do tempo”, acrescentou.