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    Simone Biles sobre saúde mental: “ainda tenho medo de praticar ginástica”

    Biles disse não sofrer atualmente com os "twisties", mas relatou medo em fazer sequências diferentes durante turnê com outras ginastas pelos EUA

    Mallika Kallingalda CNN

    A ginasta Simone Biles, que se abriu sobre seus problemas envolvendo saúde mental durante as Olimpíadas de Tóquio, afirmou que ainda “tem medo de praticar ginástica”.

    Em uma entrevista emotiva concedida na quinta-feira (22) ao programa “Today”, do canal NBC, Biles disse que ela ainda tem dificuldades com os “twisties” enquanto se apresenta ao longo da turnê “Gold Over America”.

    Os “twisties” são bloqueios mentais que fazem os atletas perderem a noção de localização enquanto estão realizando piruetas no ar.

    “Eu não tenho twisties [durante a turnê]. Eu faço o duplo mortal, que é minha assinatura no solo. Isso nunca me afetou. Mas todo o resto tem pesado tanto, e eu vejo as garotas fazendo-os e, para mim, não é mais a mesma coisa”, disse Biles, considerada a maior ginasta de todos os tempos.

    “Sobre os twisties, uma vez que eu voltar a fazer o restante, eles também irão retornar. Mas ainda estou com medo de praticar ginástica”, acrescentou.

    Biles, de 24 anos, vencedora de sete medalhas olímpiadas – incluindo quatro ouros -, encarou problemas relacionados à saúde mental e a perda repentina de um familiar durante os Jogos de Tóquio.

    “Fico feliz em ser uma líder para as sobreviventes”

    No último mês, Biles testemunhou perante o Comitê Judiciário do Senado americano sobre a forma como o FBI lidou com as denúncias de abuso sexual contra Larry Nasar, antigo médico da seleção de Ginástica dos Estados Unidos.

    Ao lado de McKayla Maroney, Maggie Nichols e Aly Raisman – todas ginastas também abusadas por ele -, Biles focou em como o FBI falhou na investigação e em como houve intimidação vinda dos dirigentes esportivos em relação às denúncias.

    “Por me posicionar após passar pelo o que eu passei ao longo de todos esses anos, estou orgulhosa de mim mesma e feliz em ser uma líder para as sobreviventes [de abuso]. Fico feliz em inspirar coragem para falar sobre isso”, disse Biles ao “Today”.

    Nas Olimpíadas, Biles se retirou durante a final da equipe e antes dos eventos finais e individuais de salto, barras paralelas e exercícios de solo. Ela competiu na final da trave, ganhando o bronze.

    “Fazer algo que faço desde sempre e simplesmente não poder fazê-lo por conta de tudo o que passei é realmente uma loucura, porque eu amo muito este esporte. É difícil, eu sinto muito. E eu acho que as pessoas não entendem a magnitude do que eu passo”, disse Biles, com a voz embargada.

    Biles disse que ela tem técnicas que ajudam com seu bem-estar mental, incluindo o uso do aplicativo de saúde mental Cerebral. Ela agora é a diretora de impacto da empresa.

    “Conseguir fazer terapia tem sido realmente um alívio para mim, especialmente por estar na estrada e em turnê. Estou feliz por ter um aplicativo tão bom para ajudar com isso”, disse ela.

    Biles disse que ela também gosta de fazer caminhadas ao ar livre e se entrega eventualmente a fazer compras para relaxar.

    (Esta matéria foi traduzida. Leia a original, em inglês)

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