Anvisa votaria por aprovação de relatório contra “kit Covid” em reunião da Conitec
Integrante da agência reguladora não pode participar da votação porque estava em voo; voto desempataria o placar
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votaria a favor do relatório que rejeita o uso do “kit covid” na reunião extraordinária da Conitec, realizada nesta quinta-feira (21), disseram à CNN fontes que participaram do evento. Sem o representante da agência, a votação acabou empatada.
Cinco secretarias do Ministério da Saúde e o CFM (Conselho Federal de Medicina) votaram contra o documento. Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), CNS (Conselho Nacional de Saúde), ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e duas secretarias aprovaram o relatório.
Em nota, a Anvisa afirmou que o integrante da entidade participou da discussão sobre o relatório das 9h até quase 13h, mas perdeu a votação, que aconteceu até 14h, porque estava em voo. A reunião se estendeu e alguns integrantes entenderam que haveria uma pausa para o almoço, o que não ocorreu.
Quem comanda a Conitec é o Ministério da Saúde, que, no dia 7 de outubro, foi acusado de retirar a discussão da pauta por interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é defensor das substâncias. A CPI da Pandemia chegou a pedir um novo depoimento do ministro Marcelo Queiroga para esclarecer a história. No fim, o representante do Conasems é quem foi depor.
Na reunião de desta quinta, a Anvisa e o CNS defenderam pontos parecidos. Disseram que não fazia sentido a Conitec deliberar sobre a combinação da hidroxicloroquina e a azitromicina porque elas não tiveram a aprovação da agência reguladora.
A Conitec tem a função de analisar o custo-benefício das tecnologias aprovadas pela Anvisa para a incorporação ao SUS. As duas substâncias, realmente, não tiveram a liberação da agência.
Consulta pública
Essas mesmas fontes relataram desconfiança com o que pode ocorrer com a consulta pública do relatório. Houve relato de grupos sendo mobilizados por pessoas próximas ao Governo Bolsonaro para participarem pedindo a liberação dos remédios