Governo já analisa estratégia de defesa para alvos de pedidos de indiciamento
Ao todo, o relatório final da CPI da Pandemia aponta indícios de crimes contra dez nomes que fazem parte da gestão federal, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
No mesmo dia em que foi lido o relatório final da CPI da Pandemia, o governo federal começou a discutir estratégias de defesa para os dez nomes que compõem a gestão pública e contra os quais foi solicitado o indiciamento por eventuais crimes cometidos no combate ao coronavírus.
Segundo relato feito à CNN Brasil por auxiliares do governo, o parecer final foi encaminhado no final da tarde de quarta-feira (20), horas após a leitura do parecer final, a assessores jurídicos do Palácio do Planalto e da AGU (Advocacia-Geral da União).
O objetivo é de se antecipar na formulação da estratégia da defesa caso órgãos de fiscalização, como o Ministério Público ou o Tribunal de Contas, deem prosseguimento na investigação de indícios de irregularidades apontados pela comissão de inquérito.
Na lista apresentada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), há dez nomes de integrantes do governo, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (sem partidos) e os ministros da Defesa, Walter Braga Neto, e do Trabalho, Onyx Lorenzoni.
A relação de governistas pode aumentar caso o relator aceite a sugestão do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de incluir mais sete nomes na relação final de pedidos de indiciamento.
O maior receio de assessores palacianos é de desdobramentos contra integrantes do governo, como o ex-ministro Eduardo Pazuello ou o ex-secretário-executivo Elcio Franco, em órgãos de fiscalização estaduais.
A hipótese da PGR (Procuradoria-Geral da União) denunciar o presidente é considerada, no entanto, remota por auxiliares palacianos. Ainda assim, a ordem do Palácio do Planalto é para que a equipe jurídica se antecipe e já comece a esboçar peças de defesa.