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    Ibovespa fecha em alta, mas tensão com fiscal segue; dólar encerra em leve queda

    Moeda americana fechou a R$ 5,55, enquanto a bolsa subiu 0,1%, a 110.786,43 pontos

    Aluisio Alvesda Reuters

    As ações brasileiras tiveram alívio pontual nesta quarta-feira (20), após o governo federal anunciar seu programa de renda mínima prometendo respeitar o teto de gastos, mas a falta de pistas sobre como fará isso manteve os investidores desconfiados.

    Apoiado especialmente nas ações de instituições financeiras, o Ibovespa subiu 0,1%, a 110.786,43 pontos. O volume de negócios da sessão totalizou R$ 31 bilhões.

    Após ter tido a maior queda diária em sete meses na véspera, justamente após notícias de que o governo Bolsonaro planejava contornar a lei orçamentária, o ministro da Cidadania, João Roma, confirmou o plano de garantir renda mensal de R$ 400 a 17 milhões de famílias, garantindo que buscará não incorrerá desobediência fiscal, mas não detalhou como.

    Assim, o Ibovespa foi perdendo força, após ter chegado a superar os 112 mil pontos. A alta foi garantida por ações de bancos e de empresas que fizeram anúncios nesta semana que geraram repercussão positiva, mas travaram com a piora generalizada do mercado, incluindo B3, Locaweb e IRB.

    Para profissionais do mercado, o vai e vem sobre o tema – o anúncio do plano foi adiado na véspera após a repercussão negativa do mercado – transpareceu o improviso e a falta de unidade no governo, e a tendência é o mercado de ações seguir pressionado, enquanto isso não for explicado.

    “Levando em conta a perspectiva de crescimento do Brasil e os rumos do fiscal, a tarefa é praticamente impossível, pois até agora não há indicação de qualquer membro do governo de onde virá esse dinheiro”, afirmou Rafael Ribeiro, da Clear Corretora.

    Já o dólar teve queda nesta quarta-feira ante o real, que nem de perto anula os fortes ganhos da véspera, com o mercado de câmbio ainda em modo conservador em meio a temores de ameaça à credibilidade fiscal após propostas de despesas fora do teto de gastos.

    A moeda americana encerrou a R$ 5,562, leve queda de 0,59% em relação ao fechamento da terça-feira.

    Os juros futuros, que dispararam mais de 50 pontos-base na véspera, subiam mais 10 pontos-base na manhã desta quarta.

    O noticiário mais recente aponta que o Executivo poderia recorrer a um ajuste na PEC dos precatórios para viabilizar o Auxílio Brasil – a PEC pode ser votada em comissão especial nesta quarta.

    “Os investidores continuarão atentos à queda de braço entre os integrantes do Ministério da Economia e a ala política do governo, que continua pressionando para que a maior parte do novo programa… fique fora do teto dos gastos”, afirmou a equipe de análise econômica da Sul América Investimentos.

    Dificultando ainda mais a vida do ministro da Economia, Paulo Guedes, há quem diga que a reforma do Imposto de Renda – aposta inicial do ministro para financiar o Auxílio Brasil – não deve avançar no Senado até pelo menos o fim do governo atual.

    “De fato, a despeito das altas da taxa Selic nos últimos meses, o fiscal parece que é o principal responsável pela contínua trajetória altista do dólar frente ao real”, disse Rafael Gabriel Pacheco, da Guide Investimentos.