Palestinos deslocados em Gaza relatam condições precárias de sobrevivência
População palestina se encontra em meio a preços altos dos alimentos, crianças com fome e falta de saneamento
Os palestinos deslocados em Gaza descreveram condições de vida restritas, preços altíssimos de alimentos, crianças passando fome e falta de saneamento básico.
A CNN conversou por telefone com várias pessoas que tentam sobreviver em Rafah, no sul, para onde milhares de pessoas fugiram, apesar de já ser a parte mais densamente povoada de Gaza.
“A maneira como estou conseguindo sobreviver é mendigando aqui e ali e aceitando a ajuda de qualquer um”, disse Abu Misbah, trabalhador da construção civil de 51 anos que tenta sustentar uma família de 10 pessoas.
Ele relata que legumes e frutas eram inacessíveis e seus filhos pediam por laranjas, mas ele não tinha condições de comprá-las.
“Nunca (passamos) por essa situação antes; éramos uma família de classe média”, disse ele. “Agora, desde a guerra, estamos comprando tâmaras, que costumávamos encontrar de graça em todos os lugares. Queremos uma solução para nosso sofrimento miserável”.
Umm Omar, 50 anos, também está refugiada em Rafah e vive em uma barraca. Durante a trégua, sua família retornou brevemente para casa, mas encontrou todas as janelas e painéis solares quebrados e a cozinha destruída.
“Somos nove pessoas em uma barraca de dois metros por um metro. Nós mesmos compramos essa barraca de camping; ninguém nos ajudou ou a forneceu”, disse ela.
Omar disse que o grupo estava sobrevivendo com alimentos enlatados e estimou que a maioria era pelo menos quatro vezes mais caro do que antes da guerra. Também é difícil encontrar medicamentos.
“A vida é difícil e humilhante; a palavra humilhante não chega nem perto de descrevê-la”, afirmou à CNN.
Nos últimos dias, grandes grupos de civis em desespero por comida foram vistos cercando caminhões de ajuda que chegavam a Gaza em uma luta desesperada por ajuda.
As Nações Unidas alertaram que a situação humanitária no sul de Gaza está se deteriorando. Ela alertou que o volume de ajuda que está entrando no enclave “continua lamentavelmente inadequado”.