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    Divergências sobre crimes e incerteza sobre relatório adiam fim da CPI da Pandemia

    Em caráter reservado, integrantes da CPI disseram à CNN que há lacunas no parecer final

    Thais ArbexBárbara Baiãoda CNN , Em Brasília

    Uma série de divergências na cúpula da CPI da Pandemia sobre os pedidos de indiciamento e os crimes elencados no relatório final foi um dos motivos para adiar a votação do texto do senador Renan Calheiros (MDB-AL).

    A CNN apurou que a inclusão do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no parecer dividiu o grupo majoritário do colegiado. De acordo com relatos, não há consenso em relação ao pedido de indiciamento do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.

    Flávio seria incluído no grupo que divulgava notícias falsas sobre a Covid-19, levando a população a adotar comportamentos inadequados durante a pandemia.

    A CNN apurou que o filho mais velho do presidente também estaria elencado no capítulo que trata da compra da vacina indiana Covaxin.

    O relatório apontaria a conexão do senador com o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, lembrando o episódio em que ele teria facilitado o encontro do empresário com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, para tratar de um projeto de internet banda larga.

    Em caráter reservado, integrantes da CPI disseram à CNN que há lacunas no parecer final. A avaliação é a de que os pedidos de indiciamento precisam estar mais bem fundamentados para que o documento não caia em descrédito e possa ser alvo de questionamento até mesmo jurídico.

    O entendimento é o de que as tipificações criminais precisam de robustez com indícios e provas. É o caso, por exemplo, da intenção do relator em sugerir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por, entre outros crimes, genocídio de indígenas.

    Nos bastidores, não há unidade sobre a inclusão do ministro Braga Netto na lista daqueles que seriam sugeridos como indiciados, além do crime de homicídio – também baseados no argumento de que faltariam provas.

    Aliados de Renan dizem, no entanto, que não há como não levar em consideração o que se investigou na CPI da Pandemia.

    O adiamento da votação acontece, ainda, em meio à insatisfação de senadores da CPI sobre o vazamento do relatório para a imprensa.

    O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), havia marcado uma reunião nesta segunda-feira (18) para que o texto fosse amplamente discutido.

    Neste domingo, Aziz (PSD-AM) disse à CNN que na próxima quarta-feira (20) o relator fará a leitura de seu parecer e, logo em seguida, haverá um pedido de vista coletiva por uma semana para que todos os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito possam se debruçar sobre o documento. A expectativa, segundo Aziz, é de que a votação ocorra no dia 26.

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