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    Acusado de matar Marielle Franco tem nova prisão preventiva decretada pela Justiça

    Roni Lessa e sua esposa Elaine Pereira Figueiredo Lessa foram denunciados à Justiça por lavagem de dinheiro

    O ex-policial Ronnie Lessa é um dos suspeitos de ter matado Marielle Franco e Anderson Gomes
    O ex-policial Ronnie Lessa é um dos suspeitos de ter matado Marielle Franco e Anderson Gomes Divulgação

    Isabelle Resendeda CNN no Rio de Janeiro

    A Justiça do Rio de Janeiro decretou, nesta quinta-feira (14), novas prisões preventivas para o ex-policial militar Ronnie Lessa e sua esposa Elaine Pereira Figueiredo Lessa, pelo crime de lavagem de dinheiro. Lessa é acusado pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson do Carmo, e está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

    Elaine, mulher do ex-policial, também segue detida desde julho deste ano no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ela é acusada de tráfico internacional de armas. Os novos mandados de prisão preventiva foram expedidos pela 1ª Vara Especializada da Capital.

    De acordo com o Ministério Público, nas investigações dos homicídios foram produzidos elementos que indicavam a incompatibilidade entre a renda declarada por Lessa e o padrão de vida ostentado por ele e a família. Essa foi a justificativa para a instauração de um novo inquérito visando a apuração de eventuais atos de lavagem de dinheiro, suspeita confirmada nas investigações, que indicaram a ocultação de valores e bens por meio do uso de “laranjas”.

     

    Também foram denunciados, por colaborar com o esquema, o irmão de Lessa, Denis Lessa, e o amigo Alexandre Motta de Souza, usado como “laranja” na compra de uma lancha e na realização e movimentações bancárias e Elaine, que segundo a denúncia é “laranja” na documentação de um veículo Jeep Renegade.

    A partir da quebra do sigilo bancário e fiscal, autorizados pela Justiça, foi identificado que, apesar de apresentar renda mensal média de R$ 7.095,05, o ex-policial movimentou, entre 2014 e 2019, uma quantia milionária nas suas contas bancárias, a maior parcela advinda de depósitos em espécie, de origem não identificada.

    Neste período, Lessa recebeu em suas contas créditos que somam R$ 2.837.566,83 e de R$ 2.891.446,57, resultando na movimentação total de R$ 5.729.013,40, apesar da renda declarada pelo ex-policial para o período, na condição de reformado da Policia Militar, ser de R$ 416.226,17.

    De acordo com o Ministério Público, a situação se agrava pelo fato de que o ex-policial não movimentava recursos apenas em suas contas, mas também em contas abertas em nome de “laranjas”, incluindo os demais denunciados.

    O inquérito ainda constatou à incompatível evolução patrimonial de Ronnie Lessa, incluindo imóvel de luxo na orla da Barra da Tijuca, Angra dos Reis, Mangaratiba, além de uma lancha. Boa parte desses e de outros bens foi ocultada em nome de terceiros. Além disso, aponta a denúncia que houve dissimulação em transações imobiliárias, com a declaração de valores menores na compra de um imóvel na Barra da Tijuca, de forma a ocultar a origem suspeita de seus recursos e não despertar a atenção dos órgãos de fiscalização.

    Além do recebimento da denúncia e da manutenção da prisão preventiva de Ronnie Lessa e de Elaine Pereira Figueiredo Lessa, a Justiça determinou a adoção de medidas cautelares em face de Denis Lessa e Alexandre Motta de Souza. Os dois terão que comparecer bimestral em juízo para informar e justificar atividades, bem como o comparecimento a todos os atos do processo, sempre que regularmente intimados, devendo informar a Justiça eventual mudança de endereço, além da proibição de sair do Rio de Janeiro sem prévia autorização judicial e de manter contato com os demais acusados, e de endereços vinculados a eles.