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    Opep corta previsão de oferta de petróleo no Brasil em 2021

    A Opep manteve inalteradas as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro este ano e no próximo

    André Marinho, do Estadão Conteúdo

    Em relatório mensal divulgado nesta quarta-feira (13) a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu a previsão para a oferta brasileira da commodity este ano, de 3,74 milhões de barris por dia (bpd) a 3,72 milhões de bpd. Se confirmado, o resultado equivaleria a um aumento de 50 mil bpd em relação a 2020.

    Segundo o cartel, o corte da previsão acontece após a queda da oferta em agosto, de 50 mil bpd, a 3 milhões de bpd, apesar do início da produção no campo Sepia, em Santos. O grupo explica que a paralisação em outros campos, para manutenção e regulações sanitárias, forçaram a diminuição da oferta. A Opep lembra ainda que a produção na plataforma P-80 FPSO, em Búzios, só será retomada em 2022.

    Para 2022, a previsão é de que a produção da commodity no Brasil suba a 3,95 milhões de bpd. A expectativa é de que o oferta se eleve devido a dois novos projetos, o campo Mero-1 (Guanabara), que estava inicialmente planejado para começar em 2021, e o Peregrino-Fase 2.

    PIB

    A Opep manteve inalteradas as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro este ano e no próximo. Segundo relatório mensal divulgado hoje, o cartel prevê que a atividade econômica do País avançará 4,7% em 2021 e 2,5% em 2022.

    O documento destaca que a maior economia da América Latina tem sido apoiada pela melhora no setor de serviços, mas que os gargalos na cadeia produtiva global pesa sobre a atividade industrial. A Opep cita como riscos negativos às projeções as incertezas referentes à inflação, ao equilíbrio fiscal e também às eleições presidenciais de 2022.

    Demanda mundial

    A organização também reduziu sua previsão de crescimento da demanda mundial por petróleo para 2021, mantendo sua visão para 2022. Entretanto, disse que a alta nos preços do gás natural pode impulsionar a demanda por produtos petrolíferos conforme haja mudança dos usuários finais.

    Ela agora espera que a demanda por petróleo cresça 5,82 milhões de barris por dia (bpd), abaixo dos 5,96 milhões de bpd em sua previsão anterior, dizendo que a revisão para baixo foi impulsionada principalmente pelos dados dos três primeiros trimestres do ano.

    A entidade manteve uma previsão de crescimento de 4,2 milhões de bpd para o ano que vem.

    O grupo de países produtores de petróleo afirmou, no entanto, que os preços do gás natural em máximas recordes podem fornecer um potencial empurrão ao crescimento da demanda de petróleo, conforme os usuários industriais mudam para produtos petrolíferos.

    “Se essa tendência continuar, combustíveis como gasolina, diesel e nafta podem ter apoio, impulsionados pela maior demanda por geração de energia, refino e uso petroquímico”, disse a Opep.

    Os preços do gás no centro de operações europeu TTF se mantinham na quarta-feira equivalentes aos do petróleo ao redor de US$ 177 o barril, com base no valor relativo da mesma quantidade de energia de cada fonte, de acordo com cálculos da Reuters com base em dados do Eikon – maior do que o recorde histórico do petróleo tipo Brent de US$ 147 em 2008.

    Os preços do petróleo tipo Brent estavam em cerca de US$ 83 o barril às 8h, no horário de Brasília.

    O presidente da Saudi Aramco, Amin Nasser, colocou na semana passada o aumento da demanda da troca de gás para petróleo em cerca de 500.000 bpd.

    A Opep+, uma aliança entre a Opep e outros produtores liderados pela Rússia, concordou este mês em manter seu plano de aumento de produção de 400.000 bpd para novembro, à medida que gradualmente desfaz os cortes de produção impostos para apoiar os preços anteriormente baixos.

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