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    Minissuítes executivas serão o futuro da aviação de luxo; entenda

    Retirada de circulação de aeronaves mais antigas devido à pandemia pode significar que a primeira classe internacional será quase uma modalidade do passado

    John Waltonda CNN*

    A retirada de circulação de aeronaves mais antigas devido à pandemia Covid-19 pode significar que, quando as viagens aéreas forem retomadas normalmente, a primeira classe internacional será quase uma modalidade do passado.

    O substituto é uma nova geração de minissuítes executivas, chamadas de “superbusiness minisuites” em inglês, mais espaçosas do que a classe executiva normal e com uma porta de privacidade para criar seu próprio espaço, mas sem o luxo exagerado da primeira classe: menos garrafas de champanhe de US$ 600, mas ingressos a preços de classe executiva.

    Então, o que é uma “superbusiness minisuites”?

    Em sua essência, é um assento de classe executiva de primeira linha que conta com assento como uma cama, sem nenhum “vizinho”, com um serviço de classe executiva aprimorado. O mais importante: com portas fechadas de privacidade que proporcionam uma experiência de minissuíte.

    “A rápida evolução do design do minissuíte mostra o quão sérias as companhias aéreas estão em oferecer um sono melhor com maior privacidade, melhores espaços de trabalho e mais arrumação”, explica Daniel Baron, diretor-gerente da Lift Aero Design, um estúdio com sede em Tóquio que trabalha com companhias aéreas e fabricantes de assentos para criar cabines.

    Baron destaca que essas minissuítes “são importantes para uma companhia aérea”, porque a novidade está “associada a aumento de receita, lealdade ou ambos”.

    “Mesmo que os concorrentes reajam lançando um produto semelhante, o mercado pode demorar cerca de dois anos de vantagem competitiva devido ao tempo de execução para desenvolvimento e instalação”, diz.

    Quebra-cabeça complexo

    O luxo incomparável e sem precedentes da privacidade no ar, que permite se desligar da cabine e do resto do mundo enquanto desfruta de uma taça de Dom Pérignon ou Krug Champagne, chegou na primeira classe em 2007.

    Isso aconteceu a bordo dos primeiros Airbus A380 da Singapore Airlines, sinônimo de luxo em companhias aéreas durante anos. De fato, a operadora está agora em sua segunda geração de suíte a bordo do A380 reformado.

    Outras companhias aéreas — Emirates, Etihad, Asiana, Korean Air, China Eastern, Swiss, Garuda, ANA e mais — adicionaram produtos de primeira classe com portas para criar suítes, mas a ideia estava reservada para a primeira classe até a chegada do Qsuite da Qatar Airways em cena em 2017.

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    Baron destaca que essas minissuítes “são importantes para uma companhia aérea”, porque a novidade está “associada a aumento de receita, lealdade ou ambos” / Foto: Emirates

    O Qsuite é exclusivo da Qatar Airways, mas um número crescente de companhias aéreas oferece ou planeja oferecer assentos de negócios excelentes, da Delta à China Eastern, da JetBlue à British Airways, da Shanghai Airlines à Aeroflot e, a mais recente, da Air China.

    “Um assento de aeronave é um quebra-cabeça complexo de desafios que envolvem engenharia, ergonomia, estética, controle de peso, controle de custos, gerenciamento da cadeia de suprimentos e assim por diante”, diz Daniel Baron, da Lift.

    “Uma quantidade enorme de tempo e energia é gasta para fazer tudo certo no contexto da demanda do mercado em constante mudança. Para fazer tudo funcionar em harmonia e, ao mesmo tempo, reduzir o peso sem comprometer a durabilidade, fique linda, permaneça acessível e seja entregue no prazo, não é pouca coisa”.

    Cápsula com portas

    A Air China escolheu a mais recente minissuíte do fabricante de assentos alemão Recaro — sim, o mesmo Recaro que fabrica assentos de corrida. É chamado, um pouco sem imaginação, de CL6720, e é uma atualização do assento CL6710 que você pode encontrar a bordo dos aviões mais novos da TAP Air Portugal ou El Al.

    Como uma boa classe executiva moderna, ela reclina para uma cama totalmente plana e há acesso direto ao corredor para todos os passageiros, graças à disposição escalonada dos assentos.

    Ele tem carregamento sem fio, espaço para monitores de entretenimento enormes a bordo e capacidade de vídeo 4K, várias opções de armazenamento e espaço para trabalhar, jantar e se divertir.

    No entanto, a parte realmente diferente é a porta, que desliza suavemente para trás para afastá-lo da cabine. As portas são baixas e não estão na altura total da cabine — o único assento que o isola totalmente do resto da cabine é a mais recente suíte de primeira classe da Emirates.

    *ESSA FOTO SÓ PODE SER USADA NESTA MATÉRIA* minissuites de supernegocios
    / Foto: RECARO Aircraft Seating

    Lá, eles tiveram que instalar câmeras de CFTV especiais para passar nos testes de segurança, visto que os comissários de bordo devem conseguir ver os passageiros durante a decolagem e o pouso.

    Mas as portas em minissuítes executivas sobem até a altura dos ombros quando você está sentado na posição de decolagem e pouso, e todas devem ser abertas para o pouso, caso você precise fazer uma fuga rápida em caso de emergência.

    Conforme você reclina seu assento na poltrona, cama Z ou posição plana, sua cabeça afunda abaixo da linha da porta, fazendo com que pareça muito mais alta do que é, sem ficar claustrofóbica.

    Minissuítes serão “padrão mínimo”

    “Na nova era de ‘coexistência com a Covid’ a privacidade fornecida por uma cápsula com portas está fadada a mudar de ‘boa opção se pudermos pagar’ para ‘padrão mínimo'”, afirma Daniel Baron.

    “E conforme as minissuítes se tornam cada vez mais luxuosos, o próximo enigma será a relevância — retorno sobre o investimento — de um produto dedicado de primeira classe de longa distância.”

    Isso será especialmente verdadeiro quando as minissuítes parecerem cada vez mais luxuosas. Longe vão os dias dos plásticos básicos dos assentos, à medida que os viajantes procuram algo mais exclusivo.

    A especializada em tendências de consumo e experiência de cabine para a aviação, Elina Kopola, da TrendWorks com sede em Londres, explica o que os viajantes podem desejar em suas minissuítes executivas.

    “Vimos reduções dramáticas nas viagens de negócios, mas uma necessidade reprimida de viajar para fugir a lazer e ver a família e os amigos”, diz Kopola.

    “Os consumidores conseguiram ‘se virar sem’ durante a pandemia, então, quando voltamos às atividades normais — assim como às viagens — buscamos conforto, atenção aos detalhes na qualidade de construção e consideramos a boa funcionalidade garantida”.

    O luxo grandioso da primeira classe está sendo substituído por um desejo mais discreto, explica Kopola. “O excesso se foi. Privacidade e a capacidade de modificar meu espaço são fundamentais agora”.

    (*Esse texto foi traduzido. Clique aqui para ler o original em inglês)

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