Dólar fecha a R$ 5,53, maior cotação em quase seis meses; Ibovespa cai 0,58%
Mercado de câmbio não abrirá nesta terça-feira (12) por causa do Dia de Nossa Senhora Aparecida
O dólar manteve sua rota ascendente nesta segunda-feira (11), chegando a superar os R$ 5,54 enquanto a moeda norte-americana ia às máximas da sessão no exterior e os mercados de ações minguavam com temores de inflação e seus impactos sobre o crescimento.
O mercado de câmbio não abrirá nesta terça-feira (12) por causa do Dia de Nossa Senhora Aparecida.
No fim do pregão, o dólar à vista subiu 0,42%, a R$ 5,5384. É o maior valor para um encerramento desde 20 de abril passado, quando a moeda fechou a R$ 5,5486.
Na máxima, foi a R$ 5,5404 (+0,45%), após cair a R$ 5,4924 (-0,42%) na mínima.
Na B3, o dólar ganhou 0,45%, a R$ 5,5550, também colado no pico intradiário (5,5570 reais), em torno dos maiores níveis desde abril.
Ações de empresas brasileiras de commodities metálicas e ligadas a petróleo subiram forte nesta segunda-feira espremida entre final de semana e feriado, levando para cima dos 113 mil pontos o principal índice acionário brasileiro.
No encerramento da sessão, o Ibovespa mostrou queda de 0,58%, aos 112.180,48 pontos. O giro financeiro da sessão somou somou apenas R$ 27,7 bilhões, com o volume também prejudicado por menor movimento em Wall Street, devido a feriado bancário nos Estados Unidos (Columbus Day).
Para profissionais do mercado, enquanto ações de matérias-primas ganham, as de setores ligados a consumo perdem diante do cenário de inflação mais alta.
Por isso, a atenção dos agentes deve se concentrar em dados de inflação e vendas no varejo dos Estados Unidos, na ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.
Outro ponto de atenção é o início da temporada de balanços do terceiro trimestre em Wall Street, incluindo JPMorgan, Bank of America, Morgan Stanley e Citigroup e Goldman Sachs.
Segundo o economista-chefe do modalmais, Alvaro Bandeira, diante de temas como o risco de travamento orçamentário nos EUA e de novos indicadores mostrando inflação global em elevação, “os investidores devem seguir com comportamento de maior proteção”, limitando ganhos também na bolsa brasileira.
Cenário externo
Nos EUA, o feriado do Dia de Colombo mantinha paradas as negociações com títulos do Tesouro, retirando uma referência para operações nos demais mercados. Mas o índice do dólar foi de forma gradual ganhando força até operar em alta de cerca de 0,2%, nas máximas intradiárias e aproximando-se mais de picos em um ano tocados no fim de setembro.
Investidores seguiam colocando na conta riscos de o banco central dos EUA apertar a política monetária à medida que a inflação não dá sinais de abatimento. Os receios são intensificados por um imparável rali nos preços do petróleo, com o contrato norte-americano nos valores mais altos desde 2014, acima de US$ 80 o barril, no que pode ser uma verdadeira injeção de inflação na economia.
O clima de cautela externa se soma a um ambiente doméstico já ruidoso, o que acaba sustentando os prêmios de risco que fizeram o dólar cruzar a linha dos 5,50 reais e se manter acima dela.
A equipe de pesquisa macro do BTG Pactual digital elevou as projeções para a taxa de câmbio nos três cenários que considera, com a agenda política como principal ponto de atenção nos próximos meses no campo doméstico.
No cenário básico, o dólar agora deve terminar o ano em R$ 5,30, ante taxa de R$ 5,00 prevista anteriormente. No cenário otimista, a moeda fica em R$ 5,10, contra R$ 4,80 estimados antes. Nos cálculos mais pessimistas, o dólar fecha 2021 em R$ 5,60, de R$ 5,40 do prognóstico anterior.
Na última sessão, na sexta-feira, o dólar fechou praticamente estável, a R$ 5,5154 na venda.
Na sexta-feira (8), o Ibovespa avançou 2% e praticamente zerou as perdas acumuladas na semana, chegando a superar os 114 mil pontos na máxima. A expectativa dos investidores é que a segunda-feira não reverta os ganhos da semana anterior.