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    “Ação profissional não pode ser impregnada pela ideologia”, diz diretor-geral da PRF à CNN

    Em entrevista exclusiva, Antônio Fernando Oliveira fala sobre atentados de 8 de janeiro e de como a corporação tenta refazer a imagem de polícia de Estado diante da sociedade

    Larissa RodriguesElijonas Maiada CNN

    Incumbido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de refazer a imagem da Polícia Rodoviária Federal diante da opinião pública, Antônio Fernando Oliveira assumiu o comando da PRF uma semana antes dos atentados criminosos do dia 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram depredadas em Brasília.

    Em entrevista exclusiva à CNN, o diretor-geral da PRF nomeou os atentados de janeiro de tentativa de golpe e disse que não é papel de dirigente repassar opiniões políticas à corporação.

    “Sempre disse a todos de que não importa em quem o servidor votou. Hoje é muito fácil saber ideologia política de alguém pelas redes sociais. Nunca apaguei nada [sobre postagens a favor do então candidato Lula]. Publiquei orientação política como cidadão, não como gestor da instituição. O que me importa é atuação profissional, e não pode ser impregnada”, afirmou.

    Para Antônio Fernando Oliveira, devido ao “passado recente” da PRF, 2023 foi um ano muito difícil para a instituição.

    “Acredito que esse foi um dos anos mais difíceis para a Polícia Rodoviária Federal porque foi um dos anos mais difíceis para o Brasil. Eu não me lembro de ter assistido uma tentativa de golpe antes”, diz.

    A referência de Oliveira ao passado da PRF é uma alusão ao trabalho do ex-diretor da instituição durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Silvinei Vasques.

    Vasques está preso desde o dia 9 de agosto por suspeitas de ter usado estruturas da corporação numa tentativa de interferir no resultado do segundo turno nas eleições presidenciais de 2022.

    “Foram algumas decisões estratégicas tomadas que me pareciam equivocadas, tanto que nós tomamos direções contrárias. Um realinhamento para o que a polícia sempre foi, uma polícia de Estado.”

    “Sobre as denúncias, faz parte da apuração, está sendo apurado pelas instituições que têm atribuição [Controladoria Geral da União e Polícia Federal]. Ao final dos processos será esclarecido, apuração apontará os culpados. O corpo profissional da PRF, como um todo, eu acredito que não foi contaminado”, completou.

    Policial rodoviário federal desde 1994, Antônio Fernando Oliveira ocupou funções na Superintendência da PRF no Maranhão e atuou na assessoria parlamentar do então deputado federal Flávio Dino, de quem é próximo.

    Com a saída de Dino do comando do Ministério da Justiça para o Supremo Tribunal Federal (STF), o diretor da instituição não soube dizer se seguirá no cargo.

    “Agora você me perguntou algo que nem eu sei responder. Mas eu ficando, ou um sucessor vindo, a PRF seguirá na mesma linha”, disse.

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