Ataques de Israel matam mais de 70 em uma das noites mais letais na guerra, diz autoridade de Gaza
Explosões, que começaram horas antes da meia-noite, persistiram até esta segunda-feira (25)
Os ataques aéreos israelenses mataram pelo menos 78 pessoas em Gaza, disse uma autoridade do Ministério de Saúde em Gaza, controlado pelo Hamas, em uma das noites mais letais na guerra.
As explosões, que começaram horas antes da meia-noite, persistiram até esta segunda-feira (25). Moradores e meios de comunicação palestinos disseram que Israel intensificou os bombardeios aéreos e terrestres contra al-Bureij, no centro de Gaza.
O Papa Francisco, falando na véspera de Natal, lamentou que a mensagem de paz de Jesus esteja sendo abafada pela “lógica fútil da guerra” na própria terra onde ele nasceu.
Pelo menos 70 pessoas foram mortas num ataque aéreo israelense contra Maghazi, no centro de Gaza, disse o porta-voz do Ministério da Saúde, Ashraf Al-Qidra, acrescentando que muitas eram mulheres e crianças.
Os residentes locais dos campos de refugiados no centro de Gaza disseram que viveram uma das piores noites desde o início da guerra. Aviões e tanques israelenses realizaram dezenas de ataques contra casas e estradas em al-Bureij e nas proximidades de al-Nusseirat e al-Maghazi.
Vários residentes fizeram apelos nas redes sociais para que as pessoas lhes ajudassem a pagar umm abrigo, uma vez que ficaram sem depois de deixarem as suas casas em Bureij.
“Tenho 60 pessoas em casa, pessoas que chegaram à minha casa acreditando que a área central de Gaza era segura. Agora estamos procurando um lugar para chegar”, disse Odeh, morador dos campos de refugiados.
O Exército israelense disse que estava analisando o relatório do incidente de Maghazi e estava empenhado em minimizar os danos aos civis. O Hamas nega a acusação israelense de que opera em áreas densamente povoadas ou utiliza civis como escudos humanos.
O Crescente Vermelho Palestino publicou imagens de residentes feridos sendo transportados para hospitais. Afirmou que aviões de guerra israelenses estavam bombardeando estradas principais, dificultando a passagem de ambulâncias e veículos de emergência.
Os médicos disseram que um ataque aéreo israelense em Khan Younis, no sul de Gaza, matou oito palestinos.
O clero cancelou as celebrações em Belém, a cidade palestina da Cisjordânia ocupada por Israel, onde a tradição cristã diz que Jesus nasceu num estábulo há 2.000 anos.
“Esta noite, os nossos corações estão em Belém, onde o Príncipe da Paz é mais uma vez rejeitado pela lógica fútil da guerra, pelo choque de armas que ainda hoje o impede de encontrar espaço no mundo”, disse o Papa, presidindo a reunião de Natal, em missa de véspera na Basílica de São Pedro, em Roma.
Os cristãos palestinos realizaram uma vigília de Natal à luz de velas em Belém, com hinos e orações pela paz em Gaza, em vez das celebrações habituais.
Não havia nenhuma árvore grande, a peça central habitual das celebrações do Natal em Belém. Estatuetas de presépios nas igrejas foram colocadas entre escombros e arame farpado em solidariedade ao povo de Gaza.
Com informações da Reuters e CNNi