Mulher que matou ex-sogro seguirá presa; desembargador cita “desprezo com a vida humana”
Justiça de Goiás negou pedido de habeas corpus feito pela defesa de Amanda Partata Mortoza
A justiça de Goiás negou neste sábado (23) o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Amanda Partata Mortoza, 31 anos, suspeita de envenenar o pai e avó do ex-namorado em Goiânia no último domingo (17). Ela nega a autoria do crime.
A decisão foi do desembargador Silvânio Divino de Alvarenga, que atua no plantão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), que considera que Amanda agiu com “total desprezo” e “crueldade”.
No pedido pela libertação, a defesa de Amanda afirmou que a manutenção da sua prisão não preenche os requisitos da lei. Eles afirmam que ela foi presa em “período noturno, quando se encontrava internada em unidade hospitalar.”
A defesa reforça também que Amanda “não representa risco” para familiares da vítima ou testemunhas.
Em resposta, o desembargador afirmou que os indícios de autoria do crime são suficientes para a manutenção da prisão da mulher, uma vez que, segundo sua interpretação, a investigação a coloca na cena do crime.
O magistrado citou imagens de câmera de segurança de um supermercado que mostra Amanda comprando, horas antes do crime, os alimentos que foram consumidos pelas vítimas e que as fizeram passar mal e morrer.
Na decisão, Alvarenga argumenta que Amanda apresentou “total desprezo para com a vida humana” e destacou que as vítimas eram pessoas do seu convívio, o que “evidenciou sua crueldade.” escreveu o magistrado.
Em nota enviada à CNN, a defesa dela, representada pelos advogados Rodrigo Lustosa e Carlos Márcio Rissi Macedo afirmou que irá recorrer às instâncias superiores para revisão da decisão.
Relembre o caso
Amanda Partata Mortoza foi presa na quarta-feira (20) pela Polícia Civil de Goiás. Ela é investigada por envenenar e matar Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86. O caso aconteceu no último domingo (17) e está sendo investigado pela Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).
O delegado que apura as mortes, Carlos Alfama, diz que o crime teria sido motivado por um “sentimento de rejeição” pelo fim do relacionamento com Leonardo Filho, filho e neto das vítimas. A relação dos dois durou cerca de 45 dias, e acabou em 10 de agosto.
A polícia diz ainda que, uma semana após o fim do namoro, Amanda disse que estava grávida. O delegado, porém, afirmou que ela não está gestante.