Sindicalistas argentinos planejam mobilizações e não descartam greve geral
Central de Trabalhadores da Argentina disse que os sindicalistas consideram promover mobilizações e greves em todo o país contra o mega-decreto anunciado por Javier Milei
O dirigente da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), Hugo Cachorro Godoy, afirmou que sindicalistas consideram promover “mobilizações e greves em todo o país” contra o mega-decreto anunciando na noite desta quarta-feira (20) pelo presidente Javier Milei.
As duas principais centrais sindicais da Argentina, a CTA e a CGT (Confederação Geral do Trabalho), se reuniram com legisladores da aliança peronista União pela Pátria, no Congresso.
Segundo Godoy, cada dirigente presente no diálogo com os congressistas fará, ainda nesta quinta, reuniões com suas correntes sindicais para definir ações “imediatas” contra o Decreto de Necessidade e Urgência assinado por Milei.
Anunciado na primeira transmissão por rede nacional de rádio e televisão, o decreto de Milei estabelece cerca de 300 reformas para desregular a economia e a atividade produtiva, revogando centenas de leis. Entre as medidas está o fim da lei de alugueis, de regulações para o comércio e o fornecimento, da legislação que limita a compra de terras por estrangeiros, da proibição de privatizações de estatais.
O decreto também modifica leis trabalhistas e de regulações de planos de saúde e transforma empresas públicas e sociedades anônimas para que sejam privatizadas. Para os principais especialistas em legislação do país, a iniciativa avança sobre atribuições do Legislativo e é inconstitucional.
“O decreto, se aplicado, seria uma bomba de nêutrons que explode, inclusive, o próprio Congresso”, disse Godoy à saída da reunião, afirmando que a medida tira o sentido da existência do Legislativo. Ele afirmou querer coordenar e unificar ações com a CGT e com movimentos sociais, “para unir esforços para que o DNU não seja aplicado”.
Godoy falou ainda em uma “eventual greve geral” contra o decreto. A possibilidade também é considerada pela CGT, principal central do país, cuja cúpula realiza uma reunião de urgência no fim da tarde para definir medidas contra os anúncios de Milei. Segundo o dirigente da entidade, Héctor Daer, há clima no país para uma paralisação geral.
Já o sindicalista e senador provincial Omar Plaini, também da CGT, disse que também avaliam medidas judiciais contra o decreto. E quando perguntado se uma greve geral pode ser anunciada, respondeu que “há possibilidade de tudo”.