Prevent: investigadores apontam possibilidade de médicos serem responsabilizados
Investigadores querem ouvir familiares de pacientes do plano que morreram, além de pacientes que receberam o "kit Covid"
Investigadores que apuram as denúncias contra a operadora Prevent Senior afirmaram à CNN que os médicos que dizem terem sido obrigados a utilizar o “kit Covid” nos pacientes do plano também poderão ser responsabilizados criminalmente.
Eles têm se baseado em um artigo do Código Penal que diz que “se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem”. A leitura preliminar é a de que uma ordem como a de aplicar um medicamento que não tenha eficácia comprovada é uma ordem passível de não ser cumprida.
As investigações, porém, estão anda no início. Nesta segunda-feira (4), a advogada Bruna Morato, que defende os médicos que denunciaram o esquema, prestou esclarecimentos de maneira informal e voluntária ao Ministério Público de São Paulo e, segundo fontes, reiterou as acusações que fez na CPI da Pandemia.
O depoimento da advogada é o primeiro de uma série que só deve ser concluída em novembro. Os investigadores querem ouvir familiares de pacientes do plano que morreram, além de pacientes que receberam o “kit Covid”. Também vão ouvir os médicos denunciantes e o diretor-executivo do plano, Petro Batista Júnior, que já prestou depoimento à CPI da Pandemia.
Uma série de documentos também estão sendo requisitados, como certidões de óbito e prontuários médicos. Os documentos da CPI da Pandemia começaram a chegar, mas a avaliação inicial é a de que eles ainda não têm potencial de influenciar o rumo das investigações como se esperava.
Além da investigação no DHPP, há outras duas investigações em curso na Polícia Civil de São Paulo envolvendo a Prevent. Uma no 77º Distrito Policial apura a eventual ocorrência de falsidade ideológica, e outra no 2º Distrito Policial que apura uma acusação de ameaça supostamente feita por Pedro Teixeira a um dos médicos denunciantes.
Procurada, a Prevent não se manifestou.