Cão militar gravou vozes de reféns israelenses mortos por tropa de Israel
Vídeo localizado pelas Forças de Defesa de Israel mostra a gravação por uma câmera GoPro instalada em um cachorro das vozes de três reféns mortos acidentalmente por tropas de Israel em Gaza
As vozes de três reféns israelenses que foram mortos acidentalmente por tropas de Israel em Gaza foram capturadas por uma câmera GoPro montada em um cão militar cinco dias antes de eles serem baleados, disse um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI) na quarta-feira (20).
O vídeo, localizado pelas FDI na terça-feira (19), mostra que a gravação ocorreu durante uma ação militar entre as forças israelenses e militantes do Hamas no local onde os reféns estavam detidos, disse o contra-almirante Daniel Hagari em uma coletiva de imprensa diária. O cachorro foi morto na ação.
“É possível ouvir vozes e, quando analisamos o clipe, entendemos que no áudio podemos ouvir os três reféns, totalmente identificados vocalmente”, disse Hagari.
Ele não forneceu detalhes sobre o que os três reféns – Yotam Haim, Alon Shamriz e Samer Talalka – estavam dizendo.
Os militantes que detinham os três homens foram mortos durante os combates, o que parece ter permitido a fuga dos reféns, disse Hagari, citando uma análise inicial do vídeo da GoPro feita pelas FDI. Israel está se recuperando após as FDI admitirem ter matado os reféns na sexta-feira (15). Os três homens foram capturados pelo Hamas durante o ataque terrorista do grupo em 7 de outubro.
No sábado, um oficial das FDI disse que o trio emergiu de um prédio a dezenas de metros de um grupo de soldados israelenses. Eles estavam sem camisa e agitavam uma bandeira branca, segundo a autoridade, que falou aos jornalistas sob condição de anonimato para falar livremente sobre uma investigação em curso.
Pelo menos um soldado se sentiu ameaçado e abriu fogo, matando imediatamente dois dos homens, disse o oficial. O terceiro ficou ferido e correu de volta para dentro do prédio. A unidade israelense ouviu um pedido de ajuda em hebraico, momento em que o comandante da brigada ordenou que suas tropas parassem de atirar. No entanto, houve outra explosão de tiros, segundo a autoridade. O terceiro refém morreu depois.
A notícia foi recebida com reações mistas por parte das famílias dos reféns mortos, com alguns expressando fúria e outros perdão.
Avi Shimriz, pai do refém assassinado Alon, de 26 anos, acusou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de covardia por não telefonar ou visitá-lo para expressar suas condolências.
Em declarações ao Channel 13 News de Israel, Shimriz disse: “O primeiro-ministro não se atreve a fazer uma ligação – ele não ligou – e nem viria aqui”, contrastando com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, que ele disse havia ligado para ele duas vezes.
Ele expressou profunda frustração ao saber que os soldados israelenses conseguiram matar os combatentes do Hamas que mantinham os três reféns e chegaram tão perto de coletar informações que poderiam tê-los salvado.
“Isso demonstra o quão grande é o erro […] Há um erro aqui, um problema sério”, disse ele. “O atirador não deveria ter aberto fogo e, se ele for um lutador de verdade, deveria saber que você só puxa o gatilho quando tem certeza de que é um terrorista”.
Shimriz disse que os comandantes não informaram aos soldados que poderia haver reféns na área e que as fotos dos reféns deveriam ter sido distribuídas para que os soldados pudessem reconhecê-los.
Mas ele reconheceu que as tropas no terreno enfrentaram circunstâncias difíceis. “Não posso reclamar com as nossas tropas porque elas encontraram diversas situações em que [o Hamas] tentou emboscá-las e sofreram perdas. Não quero outro incidente desse tipo em minha consciência”, disse ele.
Netanyahu visitou na quarta-feira (20) a mãe de um dos reféns mortos, Iris Haim, que perdeu seu filho Yotam no mesmo incidente. Ela enviou uma mensagem à unidade envolvida no tiroteio, dizendo: “Tudo o que aconteceu não é culpa sua”.
Em mensagem de áudio ao batalhão, ela disse: “Queria dizer que te amo muito e te abraço de longe. Eu sei que tudo o que aconteceu não é culpa sua, não é culpa de ninguém – exceto do Hamas, que esse nome e memória sejam apagados da face da Terra”.
Veja também: imagens do conflito entre Israel e o Hamas
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Acredita-se que o Hamas esteja abrigando no subsolo um número considerável de combatentes e armas • Reuters
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O conflito entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro quando o grupo extremista islâmic disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar • Reuters
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Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza • REUTERS/Amir Cohen
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Após os ataques aéreos, o Hamas avançou no território israelense e invadiu a área onde estava acontecendo um festival de música eletrônica; mais de 260 corpos foram encontrados no local • Reprodução CNN
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Carros foram deixados para trás pelos motoristas que tentavam fugir do grupo extremista islâmico • Reuters
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Imagens mostram carros abandonados e sinais de explosões após ataque em festival de música eletrônica em Israel • Reuters
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As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou "cerco total" e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino • 13/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
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Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel • Reuters
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Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza • 09/10/2023 REUTERS/Mahmoud Issa
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Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza • Reuters
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Prédios destruídos na Faixa de Gaza • Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel • Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas • REUTERS/Ronen Zvulun
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Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia • Anadolu Agency via Getty Images
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As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza • Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images
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Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7) • Reuters
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Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7) • CNN
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Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel • CNN
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Ataque israelense na Faixa de Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza • Reprodução/Reuters
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023. • Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023. • Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel. • Reuters
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza • 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel • 09/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel • 10/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
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Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses • 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Ataque israelense na Faixa de Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
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Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira • Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza • 09/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza • 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen
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Hospital na Faixa de Gaza usa geladeiras de sorvete para colocar cadáveres devido à superlotação do necrotério • Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images
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Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense no oitavo dia de confrontos na Faixa de Gaza, em 14 de outubro de 2023 • Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
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Homem palestino lava as mãos em uma poça ao lado de um prédio destruído após os ataques israelenses na Cidade de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Embaixada dos EUA no Líbano é alvo de protestos • Reprodução CNN
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Palestinos protestam na Cisjordânia contra ataques de Israel
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Hospital em Gaza é atingido por um míssil • Reprodução
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Hospital atacado em Gaza • Reprodução
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Palestinos procuram vítimas sob escombros de casas destruídas por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza • 17/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Cidadã palestina inspeciona sua casa destruída durante ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 17 de outubro de 2023 em Khan Yunis • Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Tanque de guerra israelense • Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Ataque de Israel contra Gaza • 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem
Haim disse aos soldados para permanecerem seguros, acrescentando: “O que vocês estão fazendo é a melhor coisa possível no mundo para nos ajudar, como povo judeu, e todos nós precisamos que vocês estejam sãos e salvos”.
“Não hesitem nem por um momento, se virem um terrorista, não pensem que mataram deliberadamente um refém, vocês precisam se proteger porque essa é a única forma de nos protegerem”, disse ela, e convidou os soldados para visitarem sua família.
“Queremos vê-los com nossos próprios olhos, abraçá-los e dizer-lhes que o que vocês fizeram – por mais doloroso que seja dizer e por mais triste que seja – foi provavelmente a coisa certa a fazer naquele momento, e nenhum de nós está julgando vocês ou com raiva de vocês”.
As FDI disseram que o tiroteio foi contra as suas regras de combate e que os soldados envolvidos enfrentariam procedimentos disciplinares.
O bairro de Shejaiya, na cidade de Gaza, onde ocorreram os assassinatos, tem sido palco de combates ferozes nos últimos dias. As FDI afirmam ter enfrentado tentativas de emboscadas e ataques que envolveram homens-bomba ou agressores vestidos como civis.
Antes da notícia da morte dos três reféns ser anunciada, Israel disse na sexta-feira que acreditava que 132 cativos permaneciam em Gaza, dos quais 112 ainda estariam vivos.