Vacinação contra Covid-19 e queda de casos permitem retomada, diz infectologista
Apesar da melhora nos números de casos, hospitalização e óbitos, Raquel Stucchi reiterou a importância de não abrirmos mão do uso de máscara, do distanciamento social e da higienização frequente das mãos
A infectologista Raquel Stucchi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirmou, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (4), que a evolução da vacinação contra a Covid-19 e a queda de casos da doença no país permitem a retomada das atividades como no pré-pandemia.
“Há a aceleração da vacinação, com 41% da população brasileira completamente vacinada, além de termos há semanas uma queda importante no número de casos, na taxa de ocupação de leitos e na queda da mortalidade. Manter a mortalidade em 500 óbitos por dia é muito, mas sabemos que ela demora um pouco mais para diminuir. Vacinação e flexibilização podem caminhar juntos, porque nossos números há semanas nos permitem isso”, explicou a infectologista.
Contudo, mesmo com a melhora nos índices da pandemia no país, Stucchi reitera a importância de não abrirmos mão das medidas não farmacológicas, como o uso de máscara, o distanciamento social e a higienização frequente das mãos, para evitar a propagação do vírus.
Ela lembra ainda que é preciso completar a imunização com a aplicação da segunda dose, e as pessoas que já estão escaladas para receber a dose de reforço devem comparecer aos postos.
“Isso porque quem precisa [da dose reforço] são indivíduos que estão novamente sob o risco de adoecer de forma grave e poder vir a óbito por Covid-19.”
Variante Delta
Sobre a variante Delta no Brasil, Stucchi afirmou que os profissionais de saúde ainda estão receosos com sua ação.
“A impressão que temos é que a Delta está esperando o momento para poder eventualmente causar a mesma maldade que causou nos Estados Unidos, no Reino Unido e em Israel, aumentando muito o número de casos e hospitalizações. Mas talvez isso não aconteça aqui, porque temos uma população que está sendo rapidamente vacinada e que foi vacinada recentemente, coincidindo com a chegada da Delta”, argumentou.
De acordo com a especialista, estes fatores favorecem que a Delta encontre uma população com uma proteção maior do que aconteceu em outros países.
(Publicado por Daniel Fernandes)