Milícia de Zinho cobrou taxas de obras da prefeitura do Rio, revelam investigações
Segundo a polícia, grupo criminoso teria arrecadado mais de R$ 308 mil com a cobrança das taxas
Investigações da operação Dinastia II, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio nesta terça-feira (19), mostram que a milícia chefiada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, cobrava taxas do setor da construção civil.
Grandes empreiteiras eram obrigadas a pagar por obras em andamento e até mesmo por obras da prefeitura do Rio.
Segundo o MP, as cobranças eram mensalmente planilhadas e, somente em fevereiro de 2023, o grupo criminoso teria arrecadado mais de R$ 308 mil com a cobrança das taxas. Com o intuito de ocultar e dissimular a natureza, origem e a localização do dinheiro ilícito, os criminosos usavam várias contas para recebimento e circulação dos valores obtidos por meio de extorsões.
A prefeitura informou que tem ciência dessas intimidações feitas tanto pelo tráfico quanto pela milícia e sempre orienta as empresas para que denunciem. O município também afirmou que já tomou outras providências, como a retirada do valor investido das placas das obras.
Num dos episódios de extorsão, registrado pela Prefeitura em agosto deste ano, funcionários da empresa Lytorânea que trabalhavam nas obras do Bairro Maravilha Sandá, em Bangu, na zona oeste do Rio, foram agredidos por criminosos e o registro foi feito na delegacia.
A operação desta terça-feira (19) foi encerrada com cinco prisões. A segunda fase da ação chamada de Dinastia tinha como objetivo cumprir 12 mandados de prisão contra Zinho e integrantes da quadrilha dele. Zinho, que é um dos criminosos mais procurados do Brasil, não foi encontrado. Esse é o maior grupo paramilitar que atua, principalmente, na zona oeste da capital fluminense.
Segundo a PF, a ação que visava desmantelar o núcleo financeiro da organização criminosa, também apreendeu um fuzil e três pistolas, uma arma falsa e R$ 3 mil em espécie, além de celulares, mídias e documentos.