Sobe para 126 o número de mortos em terremoto na China, diz mídia local
Equipes de socorristas procuram por vítimas em escombros na província de Gansu; frio extremo dificulta as buscas
Equipes de resgate trabalham, em temperaturas negativas, em busca de vítimas após um forte terremoto atingir o noroeste da China, no fim da segunda-feira (18), no horário local. Ao menos 126 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas, segundo a mídia estatal chinesa.
Autoridades chinesas ativaram um alerta de emergência de socorro e enviaram equipes às áreas afetadas para socorrer feridos e avaliar os danos, informou a Xinhua.
Equipes de resgate se esforçam para alcançar sobreviventes em temperaturas abaixo de zero. Como era tarde da noite, 23:59 no horário local, muitas vítimas estavam dormindo na hora do tremor.
Somente em Gansu, o terremoto matou 105 pessoas, feriu 397 e danificou mais de 4.700 casas, disseram as autoridades.
Na província vizinha de Qinghai, 13 pessoas morreram e 182 ficaram feridas, com mais de 20 ainda desaparecidas, também segundo autoridades locais.
O epicentro do abalo foi registrado a cerca de 37 quilômetros de Linxia, na província de Gansu, e a uma profundidade de 9,6 quilômetros, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Especialistas dizem que, quanto mais próximo à superfície, mais danos um tremor pode causar.
O Centro de Redes Sísmicas da China (CENC) avaliou que o terremoto foi de magnitude 6,2 e que a profundidade foi de 10 quilômetros. Diferentes partes das províncias de Gansu e de Qinghai sofreram os efeitos dos fortes tremores.
Algumas casas de vilarejos em Gansu e Qinghai desabaram. Imagens da rede chinesa CCTV mostraram socorristas retirando sobreviventes de escombros no escuro. O terremoto também cortou o fornecimento de água, eletricidade e sinais de telefones, o que dificultou o resgate.
Pelo menos 4.000 bombeiros, policiais e soldados foram enviados para Gansu com mantimentos e tendas, segundo as autoridades.
Temperaturas negativas
Em Jishishan, um condado que abriga cerca de 260 mil pessoas, muitos moradores foram para áreas abertas onde o frio era intenso.
A temperatura mais baixa em Jishishan foi de -14 graus Celsius, durante a noite, de acordo com a CCTV.
As temperaturas abaixo de zero representam o “maior desafio” para o resgate, disse o Wang Duo à China Newsweek. O especialista que participa dos trabalhos destacou que as primeiras 72 horas são geralmente consideradas o “período de ouro” para o resgate, mas essa janela de tempo é encurtada, neste caso, devido ao frio, disse Wang.
O presidente chinês Xi Jinping pediu às autoridades que “façam todos os esforços” para procurar sobreviventes e tratar os feridos, de acordo com a Xinhua.
O governo chinês destinou 200 milhões de yuans (US$ 28 milhões) em fundos de ajuda a desastres naturais para as duas províncias atingidas pelo terremoto, informou a Xinhua.
O terremoto já é um dos com mais mortes em quase uma década, desde que um terremoto na província de Yunnan, no sudoeste, matou cerca de 600 pessoas em 2014.
A província vizinha de Yunnan, Sichuan, também teve um terremoto devastador em 2008 que matou cerca de 90 mil pessoas.
*Com informações da CNN, Reuters, CCTV e Xinhua