Americanas perdeu 7,5 milhões de clientes em um ano
Empresa tinha 49,12 milhões de clientes em dezembro de 2022
A Americanas, que está em recuperação judicial desde o início de 2023, viu o número de clientes ativos encolher em mais de 7,5 milhões desde dezembro de 2022 até novembro deste ano, de acordo com documentos da empresa divulgados ao mercado na noite de sexta-feira (15).
Segundo o “balanço de informações para RMA” de novembro publicado pela Americanas, a empresa tinha 49,12 milhões de clientes em dezembro de 2022, número que passa a encolher mensalmente desde janeiro deste ano, quando o grupo divulgou “inconsistências contábeis” bilionárias que acabaram forçando o pedido de proteção contra credores.
A Americanas marcou para a terça-feira (19) assembleia de credores para colocar em votação um plano de reestruturação que prevê injeção de R$ 12 bilhões pelos três “acionistas de referência”, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, entre outras ações.
A base de clientes da Americanas em novembro recuou para 41,56 milhões, em um momento mais aquecido para o varejo nacional diante de datas como Black Friday e proximidade do Natal.
Procurada, a companhia não pode comentar o assunto de imediato.
Enquanto o número de clientes da Americanas despencou 15,4% entre dezembro de 2022 e o mês passado, a base de lojas da companhia mostrou retração de 6,5% no período, saindo de 1.882 unidades para 1.759 pontos de venda e ficando estável ante outubro.
No início de dezembro, a Americanas anunciou o desligamento de 5.500 funcionários entre 27 de novembro e 3 de dezembro encerrando o período com um total de 33.861 trabalhadores.
Na ocasião, a companhia afirmou que as demissões incluíram 4.876 funcionários temporários. A empresa também informou no começo de dezembro abertura de 7 mil vagas em funções temporárias para o período do Natal.
No relatório divulgado nesta sexta-feira, a Americanas informou ainda um caixa total de R$ 1,55 bilhão em novembro ante R$ 4,63 bilhões em dezembro do ano passado.
Enquanto isso, o prazo de pagamento de fornecedores, que era de mais de 120 dias, caiu 5 dias no mês passado.
Safra apoia plano
Mais cedo nesta segunda-feira (18), a Americanas afirmou que conseguiu apoio de detentores de volume de dívida da companhia suficientes para aprovar seu plano de recuperação judicial na terça-feira.
Entre as adesões mais recentes ao plano de apoio, chamado pela companhia de PSA, estão a do Banco Safra, um dos principais críticos do processo e detentor de R$ 2,5 bilhões em dívida da Americanas.
Além do Safra, a empresa informa que o BTG Pactual Asset Management e Oliveira Trust, agente fiduciário da 17ª emissão de debêntures da companhia, também passaram a apoiar o PSA.
Além dessas instituições, apoiam o plano os bancos Bradesco, Itaú Unibanco, Santander Brasil, BTG Pactual, BV e Daycoval.