Waack: Se Centrão articula solução para combustíveis, é por interesse na Petrobras
Quem é mais antigo lembra do já falecido deputado Severino Cavalcanti, que desejava controlar na estatal a diretoria 'que fura poço e acha petróleo', e serve de exemplo de político fisiológico
No quadro CNN Poder desta quarta-feira (29), na CNN Rádio, William Waack fala sobre a polêmica em torno do reajuste dos preços dos combustíveis feito pela Petrobras.
“Quem é da geração mais antiga e lembra de coisas que fazem parte do ‘folclore’ da política brasileira vai ver uma luz acender quando eu falar o nome do já falecido deputado Severino Cavalcanti”, disse Waack.
Ele lembrou que Cavalcanti ficou famoso porque ganhou uma eleição que ninguém pensava que ele fosse ganhar para presidir a Câmara dos Deputados.
“Quando perguntaram para ele o que ele queria fazer como político, ele disse assim: ‘Quero mandar em uma diretoria de estatal, mas não uma qualquer, uma daquelas que fura poço e acha petróleo’”, ressaltou Waack.
Para Waack, isso serviu por muitos anos como exemplo do que motiva grupos políticos fisiológicos, aqueles que pensam apenas nas próprias necessidades, nos próprios interesses.
“Aí, vem o atual presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e faz um combativo discurso dizendo que não dá para ficar assim com esse aumento dos preços dos combustíveis”, afirmou.
“Ninguém acha mesmo que dá, mas todo mundo sabe que a formação de preços, particularmente como política da Petrobras, é algo extraordinariamente complexo, difícil e demanda coordenação”, continuou.
“Aí a pergunta vem da seguinte maneira: será que as forças políticas atuais, aglutinadas no Centrão, estão pensando em alguma boa diretoria na Petrobras?”