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    Contra trapaça em prova, estado indiano corta internet de 25 milhões de pessoas

    Centenas de milhares de candidatos fizeram teste que abre caminho para emprego como professor em escolas do governo; medida foi adotada em razão dos casos registrados no passado

    Jessie YeungSwati GuptaMeenketan Jhado CNN Business

    Mais de 25 milhões de pessoas no estado de Rajasthan, na Índia, enfrentaram interrupções e restrições de internet impostas pelo governo no domingo (26), em um esforço para evitar trapaças em um exame aplicado em massa.

    Centenas de milhares de candidatos fizeram o Teste de Elegibilidade de Professores do Rajasthan (REET), um exame que abre o caminho para o emprego como professor de escola primária ou secundária em instituições administradas pelo governo.

    É uma posição cobiçada que vem com benefícios generosos – e o exame não é realizado no estado desde 2018, o que pode ser uma das razões ter havido tantos candidatos no domingo.

    Milhares de centros de teste foram instalados em todo o estado, com pessoas viajando de suas cidades em ônibus gratuitos fornecidos pelo governo. Mas, cautelosos com possíveis trapaceiros no exame escrito – algo muito comum no passado – as autoridades ordenaram que os distritos impusessem restrições à internet para evitar qualquer vazamento de informações.

    Pelo menos 10 distritos suspenderam a internet em telefones celulares, embora alguns tenham matinho o funcionamento para minimizar a interrupção dos negócios e da vida diária.

    No distrito de Jaipur, o mais populoso do estado com mais de 6,6 milhões de residentes, a internet ficou fora do ar das 8h às 17h, de acordo com Dinesh Kumar Yadav, o comissário da divisão de Jaipur.

    “Havia tantos candidatos… só queríamos ter certeza [que não havia trapaça]”, disse Yadav. “As pessoas tentaram trapacear, mas pegamos muitas delas. Mas, por causa do desligamento da Internet, o teste não vazou.”

    Ele acrescentou que os candidatos às vezes usam “tipos diferentes” de instrumentos para tentar trapacear, e que outros candidatos “ficariam bravos se não tivessem uma chance justa”.

    Vários outros distritos importantes, incluindo Alwar, Nagaur, Sikar e Ajmer, também impuseram paralisações temporárias da Internet – somando um total de mais de 25,2 milhões de pessoas afetadas, de acordo com as estimativas populacionais mais recentes do censo de 2011.

    De acordo com a mesma base de dados, o Rajasthan é o lar de mais de 68 milhões de pessoas.

    Outras medidas anti-trapaça incluíram câmeras de vigilância em todos os centros de teste, de acordo com um documento publicado no Twitter pelo ministro-chefe de Rajasthan, Ashok Gehlot.

    Os candidatos também não podiam levar suas próprias máscaras de proteção; após chegar aos locais de prova, eles tiveram que descartar as máscaras que usavam e, em seguida, usar máscaras fornecidas no centro de testes.

    Todo o processo do exame – desde a impressão das provas, seu transporte e distribuição nos centros de testes – foi monitorado de perto e gravado em vídeo, diz o documento.

    Qualquer funcionário ou inspetor de exame envolvido em possíveis vazamentos do teste seria imediatamente demitido e enfrentaria uma ação legal em potencial.

    Não é a primeira vez que Rajasthan desliga a internet para conter trapaças; a mesma coisa aconteceu em 2018 durante um exame para a polícia, com a paralisação dos setores bancário e de logística, segundo News18, afiliada da CNN.

    As medidas podem parecer extrema, mas uma série de escândalos de trapaça generalizados nos últimos anos colocaram o assunto em primeiro plano, com alguns atraindo atenção internacional.

    Em um caso bem conhecido, em 2015, membros de uma família no estado de Bihar escalaram o exterior dos prédios da escola para passar colas para seus filhos, que estavam fazendo os exames de fim de ano da 10ª série.

    O desespero reflete a forte ênfase na educação no país, onde para muitos, uma escolaridade adequada pode ser a chave para sair da pobreza.

    Em resposta, escolas e autoridades experimentaram diferentes estratégias anti-trapaça, embora algumas tenham saído pela culatra, provocando indignação pública – como foi o caso em 2019, quando uma escola no estado de Karnataka pediu aos alunos que usassem caixas de papelão na cabeça durante os exames.

    (Texto traduzido; leia o original em inglês)

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