Centenas se reúnem em Gaza após morte de jornalista durante ataque aéreo em Khan Younis
Corpo de Samer Abu Daqqa, da Al Jazeera, foi carregado nos ombros da multidão reunida do complexo médico Al-Nasser
Centenas de pessoas se reúnem neste sábado (16) para velar a morte do jornalista Samer Abu Daqqa da Al Jazeera, falecido devido aos ferimentos sofridos durante um ataque aéreo na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, no dia anterior.
O corpo de Abu Daqqa, envolto em um pano branco, foi carregado nos ombros da multidão reunida do complexo médico Al-Nasser, em Khan Younis, até um cemitério próximo. Em seu peito estavam o colete de imprensa e o capacete que ele usava quando foi ferido.
Wael Dahdouh, chefe do escritório da Al Jazeera, que perdeu a esposa, a filha, o filho e o neto em um ataque aéreo israelense no campo de refugiados de Al Nusiarat no final de outubro, acusou Israel de ter como alvo seu ex-colega e prometeu continuar seu trabalho.
“Perdemos Samer hoje dessa forma cruel, embora tivéssemos coordenação e atribuição oficial, ele foi morto com um míssil direcionado. Todos os amigos e colegas de Samer estão apoiando Samer e continuam esta nobre mensagem, mesmo que mais de 80 de nossos colegas e suas famílias tenham sido mortos, continuaremos fazendo nosso trabalho e nossa cobertura. Pedimos a Deus que este seja o último dos assassinatos e pedimos que ele tenha misericórdia de sua alma”, disse ele.
O funeral contou com a presença de amigos, familiares e colegas, muitos deles vestindo coletes de imprensa. A esposa e os filhos de Abu Daqqa vivem na Bélgica.
As orações foram lidas no cemitério e sua mãe, Umm Maher, soluçou ao se ajoelhar para orar sobre o túmulo de seu filho antes que ele fosse sepultado.