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    Ibovespa fecha em alta de 0,27% com Petrobras no radar; dólar avança a R$ 5,37

    Moeda americana engatou o quarto pregão de ganhos, batendo outra máxima em cerca de um mês

    Reuters

    O Ibovespa apresentou nova alta na sessão desta segunda-feira (27), com investidores atentos à coletiva da Petrobras sobre combustíveis marcada para esta tarde.

    No encerramento do pregão, o principal índice da B3 subiu 0,27%, aos 113.583 pontos.

    Mais cedo, o principal índice da bolsa operava em alta apoiado em ações de commodities. Além disso, o mercado estava à espera da evolução de eventos políticos e econômicos de Brasil e Estados Unidos, enquanto observam o desenrolar de possíveis crises na China.

    Enquanto isso, o dólar começou a semana em alta, engatando o quarto pregão de ganhos e batendo outra máxima em cerca de um mês, agora já mais perto de R$ 5,40, em meio a compras de segurança diante de renovados temores fiscais.

    O real amargou o segundo pior desempenho global nesta sessão, à frente apenas do peso filipino. A moeda brasileira também sentiu o fortalecimento do dólar no mundo, em mais um dia de rali dos rendimentos dos títulos soberanos dos EUA, movimento que aumenta a competitividade da moeda norte-americana como opção de investimento.

    O dólar à vista fechou a sessão em alta de 0,65%, a R$ 5,37895 na venda, maior valor desde 23 de agosto (R$ 5,3823). A divisa norte-americana oscilou entre R$ 5,3073 (-0,69%) e R$ 5,3892 (+0,84%).

    O BC informou na semana passada que começará a realizar, às segundas e quartas-feiras, leilões de swap cambial tradicional com o objetivo de manter o funcionamento regular do mercado de câmbio, de olho na demanda por moeda relacionada ao desmonte pelos bancos de uma proteção cambial adicional no final do ano, começando com oferta de 14 mil contratos neste pregão.

    Conhecida como “overhedge”, essa proteção cambial deixou de ser interessante depois de mudanças, anunciadas no começo de 2020, em regras tributárias. Desfazer o “overhedge” implica compra de dólares.

    “O anúncio por parte do BC (…) pode manter o dólar em queda, pelo menos em um primeiro momento”, disse em nota Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, sobre o mercado doméstico, destacando que o cenário internacional parecia favorável à moeda norte-americana nesta segunda-feira.

    O Federal Reserve continuava sob os holofotes internacionais depois de sinalizar que vai começar a reduzir suas generosas compras mensais de títulos já em novembro, com possibilidade de elevação de juros no ano que vem.

    “Os Estados Unidos sinalizam que já reúnem condições (…) de retroceder nos programas de incentivo à atividade econômica, e isto coloca em perspectiva a elevação do juro, que conduzirá naturalmente ao fortalecimento do dólar face à remuneração dos Treasuries (títulos do governo norte-americano)”, explicou em nota Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.

    Ao mesmo tempo, os investidores domésticos também ficam de olho na política monetária brasileira, com Nehme citando sensação de que a recente elevação de 1 ponto percentual da taxa Selic deixou a desejar: “Faltou atitude e efetiva preocupação com o zelo da política monetária, visto que a inflação está amplamente disseminada e se realimenta diariamente.”

    Antes da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), alguns participantes do mercado chegaram a apostar em elevação de 1,25 a 1,5 ponto percentual nos juros básicos, mas o presidente do BC, Roberto Campos Neto, minou perspectivas de altas mais agressivas ao dizer em meados deste mês que a autarquia não reagirá a cada dado de inflação que sair.

    A falta de posicionamento mais duro do Banco Central “frustra a perspectiva do câmbio”, opinou Nehme, “visto que o juro equilibrado é o grande antídoto ao preço exacerbado da moeda americana no nosso mercado.”

     

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